segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Crítica - Missão: Impossível - Protocolo Fantasma

    A série ''Missão: Impossível'' pode se orgulhar de, mesmo após quatro filmes, não ter perdido qualidade na maioria deles. Isso porque o original, dirigido por Brian DePalma (de ''Scarface'' e ''Carrie - A Estranha''), é um ótimo filme de ação abrilhantado pelo talento do diretor; o segundo de John Woo (de ''Bala na Cabeça''), mesmo que o mais fraco, ainda mantém força em divertir; já o terceiro, dirigido por J. J. Abrams (de ''Star Trek'' e da série ''Lost''), guarda suas qualidades por ter o melhor roteiro de todos, mantendo a contínua diversão. Todo esse sucesso pode ser explicado pelos bons diretores que por ela passaram, principalmente DePalma e Abrams, e eles ganharam uma companhia no mínimo interessante: Brad Bird (de ''Os Incríveis'' e ''Ratatouille'').


    O diretor, vencedor de dois Oscars, fez o caminho contrário de Robert Zemeckis (de ''Forrest Gump'') e deixou o campo das animações para se aventurar em seu primeiro live-action. E mostrou ter talento ao fazer ótimas sequências em cenas de ação e de tensão, sendo que a melhor delas fica à cargo de quando Ethan Hunt está escalando o Burj Khalifa, o maior prédio do mundo, um momento que no mínimo causa vertigem. 


    A história é a seguinte: o agente da IMF Ethan Hunt (Tom Cruise) cai em uma armadilha e é acusado de bombardear o Kremlin (sede do governo russo), e por isso é desautorizado pelo governo norte-americano, como toda a agência, após o presidente emitir o tal do ''Protocolo Fantasma''. Só que Ethan, mesmo com apoio de apenas outros três agentes fugitivos, precisa impedir que um extremista inicie uma série de movimentos que culminaria numa Guerra Nuclear. Esse roteiro, assinado por Josh Appelbaum e André Nemec, delimita a qualidade do filme quase que totalmente.


    A megalomania e furos da história (e a falta de ''choque de realidade'' em sua criação) fazem com que o filme nunca chegue a brilhar (e até fazer sentido) constantemente, o que apenas ocorre durante algumas cenas de ação (a maioria delas na parte de Dubai, ou seja, no meio do filme) e quando os tecnológicos instrumentos da equipe de Ethan entram em campo (um deles, usado no Kremlin, é divertidíssimo). Todos esses bons momentos também só aparecem devido à direção de Brad Bird, à eficiente montagem de Paul Hirsch e aos bons atores. Vamos falar sobre eles.


    Tom Cruise volta ao seu personagem dos filmes anteriores ainda mais carismático, Jeremy Renner surpreende (ainda mais a mim, que não gosto dele) com uma boa atuação, sem canastrice, e o humorista Simon Pegg também está eficiente; as piadas do roteiro apenas funcionam, na maioria das vezes, por causa desses três (e é importante lembrar que a maioria dos momentos de humor foram muito bem bolados, nada forçados). Paula Patton, a última integrante do quarteto, não convence por inteiro, tal qual o vilão de Michael Nyqvist.


    A conhecidíssima trilha está lá, presente nos momentos mais importantes, e os efeitos visuais são bons; destaques de uma boa parte técnica. E é isso que o filme é: divertido e emocionante nas cenas de ação, entretanto banal em sua história principal, que está ali apenas para que as boas sequências aconteçam. Para os próximos filmes, melhores roteiristas podem elevar a série ao um nível mais alto. Nota: 7/10



Nenhum comentário:

Postar um comentário