quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Novidades da Semana (14/12 - 20/12)

    Bom, para o post de hoje vou ''inaugurar'' mais uma seção. Se trata de um resumo do que aconteceu de mais importante nos últimos dias: novos trailers, atualizações de bilheteria, novos pôsters, estreias do fim de semana etc.
    
    TRAILERS

    Nos últimos dias fomos bombardeados com trailers dos dois filmes mais esperados do ano que vem: ''O Hobbit'' e ''O Cavaleiro das Trevas Ressurge''. Também foi divulgado, com muito menos pompa (devido ao fracasso do primeiro filme), o de ''Fúria de Titãs 2''. Além de claro, as três prévias do de ''Prometheus'', que será oficialmente lançado completo amanhã. Aqui vão eles, respectivamente:

                                                                       ''O Hobbit'' - Trailer

                                                     ''O Cavaleiro das Trevas Ressurge'' - Trailer

                                                                    ''Fúria de Titãs 2'' - Trailer

                                                             ''Prometheus'' - Trailer Preview #2

     CARTAZES

    Também foram divulgados dois cartazes dignos de nota: o da nova animação da Dreamworks, ''Rise of the Guardians'', um filme que reúne o Papai Noel, o Coelho da Páscoa, a Fada do Dente e Jack Frost contra o Bicho Papão; e o de ''Chronicle'', que conta a história de três adolescentes inconsequentes que ganham superpoderes. Aí vai:

                                                           ''Rise of the Guardians'' - Pôster

''Chronicle'' - Pôster

    BILHETERIAS (EUA)

    Nas bilheterias americanas, o primeiro lugar ficou com a estreia do segundo longa sobre o detetive Sherlock Holmes, dirigido por Guy Ritchie, que ainda assim abriu com 20 milhões a menos que o filme anterior há dois anos. Já a segunda posição ficou com mais uma estreia, ''Alvin e os Esquilos 3''. Entretanto o grande destaque foi para o novo filme da série Missão Impossível, que mesmo estreando em um circuito limitado de apenas salas IMAX, já fez 13 milhões. Deve estourar nesse final de semana. Segue o Top 10 completo:

1 – Sherlock Holmes 2: O Jogo de Sombras - $ 40.020.000 (arrecadação total: $ 40.020.000)
2 – Alvin e os Esquilos 3 - $ 23.500.000 ($ 23.500.000)
3 - Missão: Impossível – Protocolo Fantasma - $ 13.000.000 ($ 13.600.000)
4 – Noite de Ano Novo - $ 7.420.000 ($ 24.826.000)
5 – The Sitter - $ 4.400.000 ($ 17.721.000)
6 – A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1 – $ 4.300.000 ($ 266.400.000)
7 – Jovens Adultos - $ 3.650.000 ($ 4.090.000)
8 – A Invenção de Hugo Cabret - $ 3.625.000 ($ 39.073.000)
9 – Operação Presente - $ 3.600.000 ($ 38.547.000)
10 – The Muppets – $ 3.454.000 ($ 70.928.000)


     ESTREIAS E NOVIDADES NAS LOCADORAS
   

    Já nos cinemas brasileiros, os destaques do final de semana de Natal devem ser as estreias de ''Tudo pelo Poder'', forte candidato na temporada de premiações, e ''Missão: Impossível - Protocolo Fantasma''. 
    Enquanto isso, nas locadoras, as minhas dicas ficam com meu amado ''Melancolia'', dirigido pelo fantástico Lars Von Trier; e ''Planeta dos Macacos - A Origem'', dos melhores blockbusters do ano. Também chegam nas lojas: ''Capitão América: O Primeiro Vingador'', ''Professora Sem Classe'', ''Se Beber, Não Case! Parte 2'', ''Lanterna Verde'', entre outros.

    


    






GLOBO DE OURO 2012


    Também nos últimos dias foram anunciados os indicados para segunda premiação mais importante do cinema, o Globo de Ouro. As indicações foram lideradas pelo longa ''O Artista'', com seis; seguido por ''Histórias Cruzadas'' e ''Os Descendentes'', com cinco; e com quatro, ''Tudo Pelo Poder'' e ''Meia Noite em Paris''. Os destaques negativos ficaram para ''Tão Forte e Tão Perto'' e ''A Árvore da Vida'', que saíram sem qualquer indicação e enfraquecidos.
    A lista completa de indicações no link do site oficial do Globo de Ouro. É só clicar.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Crítica - A Viagem de Chihiro

 
    No Oscar de 2001 muitos se surpreenderam com uma animação japonesa sendo indicada (e ganhando) o prêmio de Melhor Filme de Animação, superando os longas lançados pelos grandes estúdios ocidentais: Pixar, Disney e DreamWorks. E a partir daí o nome de Hayao Miyazaki e de seu estúdio Ghibli, antes desconhecidos no Ocidente, viraram celebridades no mundo do cinema. E a ''culpa'' de tudo isso é do magnífico ''A Viagem de Chihiro'' (Sen to Chihiro no kamikakushi, 2001).

    Tudo começa com a mimada e amedrontada Chihiro, que está se mudando de cidade, junto de seus pais. Durante a viagem, eles acabam se perdendo e encontram uma espécie de parque de diversões abandonado. Ao explorarem o local, encontram um restaurante, também deserto, porém repleto de comida, e enquanto os seus pais comiam o que tinha ali, Chihiro explorava um pouco mais o local. E aí começa a incursão da garota num mágico e perigoso mundo, que apenas revela sua existência durante a noite.

    Seus pais acabam transformados em porcos, por comerem aquilo, e a menina, ajudada pelo jovem Haku, consegue convencer a megera Yubaba, uma bruxa que comanda aquele ''mundo'', a permitir que ela trabalhe lá, dentro de uma casa de banhos que lá existe. E então, ela começa uma jornada arriscada para salvar seus pais e sair daquele lugar.

    O encanto para com o filme já começa com o deslumbre visual que ele proporciona, uma mistura da cultura japonesa com a criatividade do diretor, que nos mostra um mundo lindo e particular: com bebês gigantes, bruxas com a cabeça maior do que o corpo de um homem, espíritos e dragões. E tudo fica ainda maior com o colorido exagerado (de um jeito bom) que compõe o ambiente do filme, quase todo feito à mão, com pincéis. Enfim, posso continuar falando mil linhas sobre o visual da obra que não conseguirei exemplificar sua beleza completamente.

    E isso tudo ainda se alia à uma brilhante trilha sonora, com canções extremamente emocionantes, e à um roteiro metafórico escrito por Miyazaki. Um roteiro que reúne desde críticas ao capitalismo humano (com o monstro sem face, que de ingênuo no começo, ao entrar na casa de banho se torna um monstro; além da óbvia obsessão por ouro dos personagens), até à falta de identidade (quando Yubaba rouba o nome de Chihiro, que passa a se chamar Sen) e objetivos do homem (Chihiro, ao contrário dos outros trabalhadores, não se mostra satisfeita e quer fugir do local).

    Pode parecer que o filme se perde em alguns momentos, em meio a tantos simbolismos e histórias, e isso realmente acontece durante algum tempo na metade do longa. Entretanto isso não retira nenhum dos méritos de Miyazaki em criar um filme corajoso, belo e adulto; o que ainda não era um costume das animações no início da década.
Nota: 8/10

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Crítica - Harry Potter 7.2

 
    Quando foi anunciado, em 2006, após o quarto filme, que um diretor que só tinha no currículo um filme para TV levaria a saga até o seu final, fiquei receoso. Um receio que aumentou ainda mais após o confuso, irregular e problemático quinto filme. Parecia que a série manteria ''Prisioneiro de Azkaban'', de 2004, como seu melhor momento e que ninguém havia aprendido nada com a guinada ''dark side'' que Alfonso Cuarón havia dado ao terceiro longa, muito mais intenso e poderoso, mesmo contando com a história mais fraca de todos (''culpa'' do livro, que é o menos ''importante'').
    Entretanto, veio a surpresa ''Enigma do Príncipe''. David Yates mostrou que possuía suas qualidades e trouxe um fator que mudaria o rumo da saga: um certo realismo. Sim, realismo em um filme de bruxos cheio de criaturas exóticas. Tudo ganhou um lado humano e a adolescência (e seus problemas) ganham um bom espaço, naquele que era o filme mais sombrio (bendita Fotografia linda!) e com maior ''valor cinematográfico'' de toda a série até então, junto do terceiro filme. E então, só faltavam mais dois longas, e a projeção era de puro crescimento na qualidade.
    E isso realmente ocorreu, a primeira parte de ''Relíquias da Morte'' foi um filme poderoso. A parte técnica nunca havia sido tão eficiente. Trilha, fotografia, efeitos especiais, direção de arte e até mesmo a direção em si. Os personagens estavam mais aprofundados e era o filme mais artístico de todos, com comparações diretas à regimes totalitários, como o nazismo, sendo ainda melhor desenvolvidas que nos livros. Um excelente show de abertura para o maior acontecimento do cinema nos últimos tempos: o fim da franquia.
    O acontecimento realmente veio, e com força. O filme... deixou a desejar. Não que ele não seja bom. É ótimo! O terceiro melhor de toda a saga. Mas com tudo que tinha nas mãos, Yates ofereceu pouco. A parte técnica é, mais uma vez, deslumbrante. A fotografia de Eduardo Serra é novamente bela, a trilha de Alexandre Desplat dá todo o tom épico (ou dramático, quando preciso) e os efeitos especiais, enfim, esses já são elogio marcado.
    Todo o começo do filme é espetacular, desde as cenas no Chalé das Conchas, realmente bem escritas por Steve Kloves (que cresceu muito desde o primeiro filme), até a extraordinária sequência em Gringotes, perfeita nos mínimos detalhes. Mas a partir daí, o filme falha ao dar o tom épico. A batalha de Hogwarts é sub-aproveitada. Há cenas lindas como a do escudo da escola, a fuga de Snape e os ''momentos'' da Professora McGonagall. Entretanto, parece que esses momentos foram muito mais sentidos pelas fortes interpretações ou pelos efeitos, do que pelo que realmente estava sendo mostrado ali. Nada comparável à memorável batalha dos Campos de Pelennor, no capítulo final da trilogia ''O Senhor dos Anéis''.
    Aqui vão alguns exemplos (contém spoilers, desavisados pulem para o próximo parágrafo): a morte de Bellatrix, apressada e sem desenvolvimento algum, só foi épica devido à fala (do livro) da Sra. Weasley; o adeus à alguns personagens importantes (do ''lado bom'' da batalha) também é falho (coitados dos que não leram o livro, tiveram que decifrar que era Fred que jazia no chão); o beijo de Rony e Hermione é belamente construído e... o rosto de Rupert Grint simplesmente tapa qualquer visão do público.
    Tá, Gabriel, você só falou mal e ele é o terceiro melhor da série? É! O motivo? Algumas cenas absurdamente lindas e emocionantes, com as quais parece que houve um tratamento especial da equipe de produção, como as memórias de Snape (lindas e emocionantes em cada momento, com um tom dramático crescente), a parte final (após a cena na Floresta Proibida), o epílogo e as já anteriormente citadas no quinto parágrafo. Além de, claro, todo o trabalho impecável na técnica e o desempenho positivo de todo o elenco adulto. E, o mais importante, o já citado várias vezes ''acontecimento''. A nostalgia também engrandece o filme, e muito.
    Como filme, bom. Como acontecimento de toda uma geração, inesquecível e espetacular.       Nota: 8/10



domingo, 18 de dezembro de 2011

Crítica - O Labirinto do Fauno

 
    Guillermo del Toro é um diretor, no mínimo, diferente. Em sua filmografia constam adaptações medianas de HQ: os dois filmes sobre o anti-herói Hellboy e a segunda parte da trilogia sobre o caçador de vampiros Blade, entretanto seus filmes mais reconhecidos (e os melhores) remetem ao gênero do Terror, mesmo que não em sua completa essência. E isso também remete à enorme quantidade de filmes que ele apenas produz (no total, já foram quase trinta longas).

    Desde o seu primeiro longa, ''Cronos'', em 1993, passando pelo bom ''A Espinha do Diabo'' até o mais recente ''O Labirinto do Fauno''; todos mesclam o Drama ao Terror. E, resumindo-me às duas últimas obras citadas, também mesclam a fantasia infantil e apresentam uma criança como personagem principal. No caso de ''O Labirinto do Fauno'', ela é Ofelia (Ivana Baquero), uma menina que se muda com sua mãe para o quartel de seu padrasto, o Capitão Vidal (Sergi López), um oficial fascista que busca exterminar os rebeldes daquela região.

    A história se concentra em dois núcleos: o de Mercedes (Maribel Verdú), amiga de Ofelia, cozinheira do quartel e informante dos insurgentes, que luta para ajudá-los a derrotar os soldados do Capitão; e o da jovem garota, que descobre no jardim da mansão, um labirinto, que a leva ao encontro de um Fauno (Doug Jones), o qual lhe revela que ela é, na verdade, a princesa de um reino subterrâneo e que, para retornar lá, deve cumprir três missões.

    O filme se encaixa mais num conto de fadas adulto, dado as situações tensas e seres horríveis aos quais Ofelia entra em contato; além de, claro, o horror da Guerra Civil. Os dois focos da película, por sinal, ficaram bem equilibrados na tela, sendo ambos bem desenvolvidos pelo roteiro, obtendo um saldo bastante positivo e sem algum se sobressair quanto ao outro.

    Toda a parte técnica do filme é impecável: a direção de arte, oscarizada, é belíssima em cada detalhe; já a fotografia, também vencedora do Oscar, se encaixa perfeitamente com o tom sombrio e adulto, porém fantasioso, do filme; todavia o que mais chama a atenção é a maquiagem (uhu, Oscar de novo) que cria seres soberbos, quase reais, como o já citado Fauno e a criatura da ''sala de jantar'', de longe a mais surpreendente e tenebrosa de todo o filme.

    As interpretações também são um brilho à parte: Ivana Baquero transpõe muito bem a delicadeza de Ofelia, já Maribel Verdú faz uma atuação segura e eficiente, enquanto Sergi López encontra o tom exato para interpretar o Capitão Vidal, tragicamente odioso. Outro ator importante é Doug Jones, com um trabalho físico ótimo em seu Fauno.

    Todo o roteiro (também outro destaque na obra) se apóia na imaginação infantil, e na sua importância. E, além disso, faz um contraponto entre real e fantasioso, uma vez que Ofelia se sentia muito mais amedrontada na presença de seu padrasto do que ao lado do Fauno, mesmo o último tendo uma aparência bem menos ''agradável''. Um belo filme de Guillermo del Toro, que cresce cada vez mais como diretor, e que venha ''Pacific Rim'', em 2013.    Nota: 8/10