sábado, 11 de janeiro de 2014

Lista - Os Melhores Singles de 2013

    O ano de 2013 pode ter acabado. Mas as listinhas de fim de ano, estas ficam circulando ainda por janeiro e com o blog voltando à ativa - veremos por quanto tempo -, a primeira lista que postarei não será sobre cinema. Será sobre... música, a minha amante das horas vagas. Selecionei meus vinte singles preferidos entre os lançados no ano que passou
    Ênfase na palavra "single", para que não venham me dizer que deixei de lado aquela b-side perfeita daquele artista maravilhoso daquele CD que todo mundo ama. Ênfase em "no ano que passou", porque muita coisa boa, mas lançada em 2012, ficou de fora ("Royals", "Same Love", "Safe and Sound"...). 
    Aí tem coisa que quase ninguém conhece, tem hits radiofônicos, tem babado, tem confusão e só tem coisa boa.

20. Counting Stars - OneRepublic


                                       Em 2013, nós sonhamos em contar estrelas com a nossa crush.

19. Think Of You - MS MR


                  E em 2013, nós continuamos pensando nela, mesmo depois das merdas que ela nos fez passar.

18. The Wire - HAIM


                                                Em 2013, nós nos atrapalhamos quando tudo ficou por um fio.

17. Tennis Court - Lorde


                                              Em 2013, a Lorde nós convidou para sermos os palhaços da turma.

16. Come A Little Closer - Cage The Elephant


                                                 Em 2013, as coisas não eram o que pareciam ser.

15. Up In The Air - 30 Seconds To Mars


                              Em 2013, nós nos perguntamos se ali era o fim, porque pior não dava para ficar.

14. Applause - Lady Gaga


     Em 2013, Lady Gaga viveu pelo aplauso, porque só assim para aguentar tanta gente falando merda sobre ela.

13. XO - Beyoncé


               Em 2013, nós só vimos um rosto no meio da multidão - o da Beyoncé ganhando dinheiro como nunca.

12. Dance Apocalyptic - Janelle Monáe


                                 Em 2013, nós dançamos apocalipticamente nos badalos monstros da vida.

11. Sacrilege - Yeah Yeah Yeahs


                            Em 2013, não teve Silas Malafaia que nos impedisse de cometer nossos sacrilégios.

10. XXX 88 (feat. Diplo) - 


                              Em 2013, pelo menos nós sabiamos que o céu continuaria azul para sempre.

9. Burn - Ellie Goulding


                            Em 2013, nós fomos as estrelas da raça humana e deixamos a porra toda queimar.

8. Wake Me Up! (feat. Aloe Blacc) - Avicii


                        Em 2013, nós quisemos pular essa parte chata da vida e só acordar quando ela acabasse.

7. Just Give Me A Reason (feat. Nate Ruess) - P!nk


                           Até porque estava difícil nos darem alguma razão para acharmos o contrário, né.

6. The Phoenix - Fall Out Boy


                                                    Em 2013, o Fall Out Boy retornou das cinzas.

5. Do I Wanna Know? - Arctic Monkeys


        Em 2013, a gente queria saber se a outra pessoa também ficava checando o WhatsApp de um em um minuto.

4. Wrecking Ball - Miley Cyrus


        E, como uma bola destruidora, vinha a resposta de que sim, ficava checando - a conversa com aquele outro.

3. Mirrors - Justin Timberlake


                               Porque parecia difícil para ela entender que éramos dois reflexos em um.

2. Do What U Want (feat. R Kelly) - Lady Gaga


                           Em 2013, nós pedimos que fizessem o que quisessem com nosso corpinho.

1. Get Lucky (feat. Pharrell Williams) - Daft Punk


                        Mas, em 2013, nós definitivamente ficamos acordados a noite toda para nos darmos bem.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Previsão - Golden Globes 2014

    Let the games begin... As premiações de início de ano começam com o Globo de Ouro no próximo domingo (12), que é o primeiro grande termômetro para o Oscar. As possibilidades de cada filme já foram ficando mais claras com as entregas do prêmios das diversas associações de críticos que o mundo tem por aí, mas é com o Globo de Ouro e depois os prêmios de cada sindicato (diretores, atores etc.) que a coisa fica mais séria. Além disso, existem os prêmios de TV. Vem comigo dar uma olhada nas minhas apostas. 

(Em negrito e grifado, os favoritos; com um (R) na frente, os runner-ups)



Melhor filme (drama)
"12 Anos de Escravidão"
"Capitão Phillips"
"Gravidade" (R)
"Philomena"
"Rush - No Limite da Emoção"


    Aqui o embate (que deve seguir depois para o Oscar) é entre "12 Anos de Escravidão" e "Gravidade", com o primeiro levando vantagem. Qualquer outra vitória seria extremamente chocante.







Melhor filme (musical/comédia)
"Trapaça"
"Ela"
"Inside Llewyn Davis - Balada de um Homem Comum"
"Nebraska"
"O Lobo de Wall Street" (R)


Praticamente não há competição para "Trapaça". O filme de David O. Russell já é queridinho da crítica e as únicas possibilidades de derrota são uma improvável vitória de "Ela" ou alguma súbita vontade da HFPA em premiar Scorsese mais uma vez, com "O Lobo de Wall Street". Recentemente já houve uma surpresa neste sentido quando Martin venceu como Melhor Diretor por "A Invenção de Hugo Cabret" e desbancou os favoritos Michel Hazanavicius ("O Artista") e Alexander Payne ("Os Descendentes").



 
Melhor ator (drama)
Chiwetel Ejiofor - "12 Anos de Escravidão"

Idris Elba - "Mandela: Long Walk to Freedom"
Tom Hanks - "Capitão Phillips"
Matthew McConaughey - "Dallas Buyers Club"
Robert Redford - "All is Lost" (R)

    O prêmio de Melhor Ator em Drama tem três concorrentes principais: Chiwetel Ejiofor, Matthew McCounaghey, Robert Redford; qualquer outra coisa é zebra. Para o Oscar, o primeiro é favoritíssimo, mas se tratando de Globo de Ouro, é sempre importante lembrar a tendência que seus votantes possuem em dar o prêmio para os nomes mais famosos que também tenham tido atuações festejadas pela crítica, ou seja, Redford e McConaughey. Ao lado do último, o fato de ter sofrido uma grande transformação física para o papel; já de Redford, nunca ter ganhado o prêmio (ou sido indicado) em seus quase cinquenta anos de carreira.




Melhor atriz (drama)
Cate Blanchett - "Blue Jasmine"
Sandra Bullock - "Gravidade" (R)
Judi Dench - "Philomena"
Emma Thompson - "Walt nos Bastidores de Mary Poppins"
Kate Winslet - "Refém da Paixão"

    As outras quatro podem até ficar em casa, porque, se alguém tirar esse prêmio de Cate Blanchett, será um susto enorme.








Melhor ator (musical/comédia)
Christian Bale - "Trapaça"
Bruce Dern - "Nebraska"
Leonardo Dicaprio - "O Lobo de Wall Street" (R)
Oscar Isaac - "Inside Llewyn Davis - Balada de um Homem Comum"
Joaquin Phoenix - "Ela"


    Com o passar dos anos o Globo de Ouro se tornou o contrário do Oscar quanto a Leonardo DiCaprio. Enquanto nele o ator tem indicação certa, no Oscar será sempre azarão. Só essa predileção da HFPA por ele pode tirar o prêmio do favorito Bruce Dern.







Melhor atriz (musical/comédia)
Amy Adams - "Trapaça" (R)
Julie Delpy - "Antes da Meia-Noite"
Greta Gerwig - "Frances Ha"
Julia Louis-Dreyfus - "À Procura do Amor"
Meryl Streep - "Álbum de Família"

    Com três indicações "indie" (Delpy, Louis-Dreyfus e principalmente Gerwig), a categoria ficou ainda mais disputada entre Amy Adams e Meryl Streep. A primeira nunca ganhou, mas já teve quatro indicações; a segunda já possui sete estatuetas em casa. Fica a dúvida entre uma recompensa pelos "bons serviços prestados" ao longo da carreira ou a vitória da queridinha.





Melhor ator coadjuvante
Barkhad Abdi – "Capitão Phillips"
Daniel Bruhl – "Rush - No Limite da Emoção"
Bradley Cooper – "Trapaça"
Michael Fassbender – "12 Anos de Escravidão" (R)
Jared Leto – "Clube de Compras Dallas"


    Jared Leto competindo com Cate Blanchett para saber qual dos dois é mais favorito em suas respectivas categorias.









Melhor atriz coadjuvante
Sally Hawkins - "Blue Jasmine"
Jennifer Lawrence - "Trapaça" (R)
Lupita Nyong'o - "12 Anos de Escravidão"
Julia Roberts - "Álbum de Família"
June Squibb - "Nebraska"

    Depois da esnobada dada em Oprah Winfrey ("O Mordomo da Casa Branca"), a favorita se tornou Lupita Nyong'o. Mas Jennifer Lawrence também tem boas chances de vitória, mesmo tendo vencido no ano passado, uma vez que, se a HFPA já deu dois prêmios para Kate Winslet em um mesmo ano (Melhor Atriz em Drama por "Foi Apenas um Sonho" e Atriz Coadjuvante por "O Leitor", em 2009), dar em anos subsequentes para Lawrence não seria nenhuma surpresa.



Melhor diretor
Alfonso Cuarón - "Gravidade"
Paul Greengrass - "Capitão Phillips"
Steve McQueen - "12 Anos de Escravidão" (R)
Alexander Payne - "Nebraska"
David O. Russell - "Trapaça"

    A disputa aqui fica entre Cuarón, McQueen e O. Russell. Talvez prevaleça um velho sistema das premiações: Melhor Filme para um, Melhor Diretor para outro e vitória de Cuarón.








Melhor roteiro
Spike Jonze - "Ela"
Bob Nelson - "Nebraska"
Jeff Pope e Steve Coogan - "Philomena"
John Ridley - "12 Anos de Escravidão"
Eric Singer e David O. Russell - "Trapaça" (R)


    Se "Philomena" e "Ela" não eram favoritos nem para as indicações, imagine para a vitória. A dúvida fica principalmente entre "12 Anos de Escravidão" e "Trapaça". Mas John Ridley me parece ser o provável vencedor, o que coroaria "12 Anos de Escravidão" como o definitivo favorito ao Oscar.




Melhor filme em língua estrangeira
"Azul é a Cor Mais Quente" (França)
"A Grande Beleza" (Itália) (R)
"A Caça" (Dinamarca)
"O Passado" (Irã)
"Vidas ao Vento" (Japão)

    A vitória deve ficar com "Azul é a Cor Mais Quente" (que não é elegível para o Oscar, by the way). "A Grande Beleza", de Paolo Sorrentino, pode ser considerado como uma segunda possibilidade; mas qualquer um dos indicados tem chances de vencer.







Melhor longa animado
"Os Croods" (R)
"Meu Malvado Favorito 2"
"Frozen - Uma Aventura Congelante"

    Com a exclusão das animações estrangeiras da categoria, apostaria minha mesada toda na vitória de "Frozen". "Os Croods" e "Meu Malvado Favorito 2" não são nem de longe adversários do mesmo nível.










Melhor trilha sonora original
"All is Lost"
"Mandela: Long Walk to Freedom"
"Gravidade"
"A Menina que Roubava Livros" (R)
"12 Anos de Escravidão"


    Os três favoritos são: Hans Zimmer por "12 Anos de Escravidão", John Williams por "A Menina que Roubava Livros" e Steven Price por "Gravidade". O último é o favorito, principalmente pela forte presença que a trilha (e sua ausência em alguns momentos, é verdade) tem no filme.







Melhor canção original
"Atlas" - "Jogos Vorazes - Em Chamas"
"Let it Go" - "Frozen - Uma Aventura Congelante"
"Ordinary Love" - "Mandela: Long Walk to Freedom" (R)
"Please Mr Kennedy" - "Inside Llewyn Davis - Balada de um Homem Comum"
"Sweeter Than Fiction" - "One Chance"

    O jeitinho Globo de Ouro de ser, adorando um tapete vermelho povoado de gente famosa sempre ficou óbvio nessa categoria, e agora não foi diferente. E só é essa lógica que já premiou muita coisa duvidosa que pode tirar o prêmio de Idina Menzel e sua "Let it Go".







Melhor série (drama)
"Breaking Bad"
"The Good Wife"
"House of Cards" (R)
"Masters of Sex"
"The Newsroom"


    "Breaking Bad" deve levar tudo que está disputando, mas não se pode deixar de lado o sucesso (e a qualidade) de "House of Cards".









Melhor atriz em série dramática
Tatiana Maslany - "Orphan Black" (R)
Taylor Schilling - "Orange is the New Black"
Kerry Washington - "Scandal"
Robin Wright - "House of Cards"
Julianna Margulies - "The Good Wife"

    A disputa será entre as estreantes Tatiana Maslany e Kerry Washington, com o crescente sucesso de "Scandal" em terras americanas favorecendo a segunda.








Melhor ator em série dramática
Liev Schreiber - "Ray Donovan"
Bryan Cranston - "Breaking Bad"
Michael Sheen - "Masters of Sex"
Kevin Spacey - "House of Cards" (R)
James Spader - "The Blacklist"


    A disputa da categoria principal se mantém para Melhor Ator em série dramática e aqui Kevin Spacey e "House of Cards" possuem maiores chances de vitória, ainda que Bryan Cranston seja o grande favorito.









Melhor série (comédia / musical)
"The Big Bang Theory"
"Brooklyn Nine-Nine"
"Girls" (R)
"Modern Family"
"Parks and Recreation"

   A HFPA não foi lá muito criativa nas indicações e só temos "Brooklyn Nine-Nine" de estreante. A primeira vitória de "The Big Bang Theory" ou a repetição de 2013 com "Girls" sendo vencedora?








Melhor atriz em série musical ou de humor
Zooey Deschanel - "New Girl"
Julia Louis-Dreyfus - "Veep"
Lena Dunham - "Girls"
Edie Falco - "Nurse Jackie"
Amy Poehler - "Parks and Recreation" (R)

    Todas já foram indicadas ao Globo de Ouro por esses papéis. Zooey Deschanel continua como zebra, tal qual em 2013; Lena Dunham, vencedora do ano passado, não deve repetir o feito;  e Edie Falco deve acumular sua sexta indicação seguida sem vitória (contando duas por "Família Soprano"). Será que Amy Poehler levará sua primeira estatueta ou Julia Louis-Dreyfus terá sua segunda vitória, vinte anos após a primeira com "Seinfeld"?




Melhor ator em série musical ou de humor
Jason Bateman - "Arrested Development"
Don Cheadle - "House of Lies"
Michael J. Fox - "The Michael J. Fox Show"
Andy Samberg - "Brooklyn Nine-Nine"
Jim Parsons - "The Big Bang Theory" (R)

    A única coisa que pode tirar a vitória de Michael J. Fox é o conservadorismo da HFPA em dar o prêmio para Jim Parsons.









Melhor minissérie ou telefilme
"American Horror Story: Coven" (R)
"Behind the Candelabra"
"Dancing on the Edge"
"Top of the Lake"
"The White Queen"

    Se "Behind the Candelabra" perder, a vida não faz mais sentido.









Melhor atriz coadjuvante em série, minissérie ou telefilme
Hayden Panettiere - "Nashville"
Monica Potter - "Parenthood"
Janet McTeer - "The White Queen" (R)
Jacqueline Bisset - "Dancing on the Edge"
Sofia Vergara - "Modern Family"

    Todas as cinco têm boas chances de vitória, mas Sofia Vergara deve enfim ter sua estatueta.









Melhor ator coadjuvante em série, minissérie ou telefilme
Josh Charles - "The Good Wife"
Rob Lowe - "Behind the Candelabra"
Aaron Paul - "Breaking Bad"
Corey Stoll - "House of Cards"
Jon Voight - "Ray Donovan" (R)


    Devemos ter mais uma vitória de "Breaking Bad", mas Jon Voight e Josh Charles correm por fora.









Melhor atriz em uma minissérie ou telefilme
Helena Bonham Carter - "Burton and Taylor"
Rebecca Ferguson - "The White Queen"
Jessica Lange - "American Horror Story: Coven"
Helen Mirren - "Phil Spector"
Elisabeth Moss - "Top of the Lake" (R)

   Jessica Lange pode ser uma favorita do público, mas a vitória deve ficar com Helena Bonham Carter e seu papel como Elizabeth Taylor. Lange é apenas uma segunda possibilidade à essa vitória, porque a primeira é Elisabeth Moss.




Melhor ator em uma minissérie ou telefilme
Matt Damon - "Behind the Candelabra" (R)
Chiwetel Ejiofor - "Dancing on the Edge"
Idris Elba - "Luther"
Al Pacino - "Phil Spector"
Michael Douglas - "Behind the Candelabra"


    Dificilmente alguém tirará a estatueta de Michael Douglas e sua interpretação do pianista estadunidense Liberace.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Crítica - Sherlock (Primeira Temporada)



    Comecei a assistir a Sherlock depois de muitas indicações, pedidos, gente falando que eu ia amar etc. Confesso que fui com um pé atrás ver de que forma trouxeram as histórias de Sir Arthur Conan Doyle para o presente (nem sequer passou pela minha cabeça tentar a adaptação americana, Elementary - Watson sendo interpretado por Lucy Liu era demais para mim). Por fim, gostei. Mentira. Por fim, amei a criação de Steven Moffat (de "Doctor Who").

    A série da BBC, lançada em 2010 e que acaba de estrear a terceira temporada, acerta em cheio na transposição das histórias de Sherlock Holmes para os dias atuais. A primeira temporada é composta por três episódios (ou filmes?) de uma hora e meia de duração. O primeiro adapta a obra "A Study in Scarlet" - aqui, "A Study in Pink". Os outros dois são "The Blind Banker" e "The Great Game". Este terceiro episódio é maravilhoso, o melhor da temporada, e nos apresenta ao grande rival de Holmes: Moriarty.

    Quanto às atuações, Benedict Cumberbatch (de "Além da Escuridão: Star Trek"), indicado ao Globo de Ouro pelo papel, faz uma recriação interessantíssima de Holmes e Martin Freeman ( de "O Hobbit") está magnífico como o Dr. John Watson. Todos os coadjuvantes também estão muito bem, fazendo com que o elenco se torne mais um dos grandes destaques da série.

    A parte técnica também é um dos pontos fortes, com destaque para a fotografia e, principalmente, a montagem, que chama a atenção e dá um ar de inovação e dinamismo à série por contar com transições rápidas e detalhes modernos. Além disso, não se pode esquecer do roteiro que consegue transportar Sherlock Holmes para o mundo dos smartphones com absoluta competência (na verdade, o uso das invenções da modernidade até eleva a qualidade dos mistérios e das resoluções do detetive). 

    O único problema desta primeira temporada foi seu segundo episódio, que não chega aos pés do ótimo primeiro e da excelência do terceiro. Ele mais se parece com um filme de ação policial ordinário, com nada a acrescentar, do que com aquilo que vemos nos outros dois - especialmente no terceiro: mistérios bem criados e resoluções que se encaixam perfeitamente, sem furos; personagens sempre interessantes e... hum... plot twists surpreendentes.

    Então, aproveite que o Netflix possui as duas primeiras temporadas em seu catálogo e assista logo a essa série fantástica.

Nota: 9/10

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Crítica - Machete Mata


    Robert Rodriguez é um cineasta inconstante. Entre seus trabalhos existem filmes divertidíssimos como Planeta Terror (Planet Terror, 2007) e Machete (idem, 2010), e verdadeiras bombas - As Aventuras de Sharkboy e Lavagirl em 3D (The Adventures of Sharkboy and Lavagirl in 3D, 2005) e Pequenos Espiões 4 (Spy Kids 4: All the Time in the World, 2011). A questão principal parece ser quando o diretor ultrapassa - ou não - a tênue linha entre o exagero irônico e inteligente, e o exagero tosco e forçado. Machete Mata fica nesta segunda zona.

    Se o único defeito do primeiro filme do anti-heroi mexicano era a existência de momentos em que Rodriguez parecia levar sua obra a sério demais e destoava de toda a essência do filme, nesta sequência não há qualquer segundo que possa ser visto com seriedade. O filme é todo baseado no humor escrachado e assim vai do trailer fake com o qual inicia até o seu final. Não seria um problema caso fosse um humor que acertasse no tom. A maior parte das cenas apenas te deixa desconfortável e com saudade da inteligência de seu antecessor. 

    Bom, quanto à história, ela é bem simples: Machete (Danny Trejo) recebe do presidente dos Estados Unidos (Charlie Sheen) uma missão de assassinar um líder criminoso (Demián Bichir), porém diversos outros assassinos querem impedi-lo. Excetuando-se uma ou outra boa sequência, o roteiro nada mais é do que um arremedo de ideias subaproveitadas: o assassino que muda de face (El Camaleón - interpretado por Antonio Banderas, Cuba Gooding Jr., Lady Gaga e Walton Goggins) e a dupla personalidade do vilão interpretado por Bichir nunca alcançam seu potencial.
    
    A existência de um mar de coadjuvantes faz com que Machete Mata também acabe se tornando uma obra muito segmentada. São muito atores e atrizes, cujas gravações não devem ter durado mais de dois dias para cada um, e a maioria deles fica sem qualquer relevância para a trama. É o caso das personagens de Alexa Vega, Jessica Alba e Vanessa Hudgens, por exemplo. Já os demais, como a miss de Amber Heard e a cafetina gritona de Sofía Vergara, nunca ganham o destaque que talvez merecessem.

    Já em seu trabalho de direção, Rodriguez transpõe sem maiores dificuldades aquilo que já tinha dado certo no antecessor e recria o "estou-filmando-mal-de-propósito", com direito aos velhos cortes grotescos e à aparência de filme b. O problema do filme realmente é o seu roteiro. Filmes deste estilo já foram feitos e refeitos várias vezes e, portanto, ou se cria uma boa obra ou fica a sensação de piada repetida e sem graça.

    E tudo isso depois de um promissor trailer fake (a nova mania do diretor para iniciar seus filmes) que "anuncia" um terceiro filme de Machete, mas agora no espaço. As referências à Star Wars e o trash presentes naquilo que parece ter sido o único momento de fato inspirado de Rodriguez. Entretanto, ao que parece, após o retumbante fracasso de bilheteria de Machete Mata, dificilmente a mencionada sequência sairá do papel. 

Nota 3/10