quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

News! News! (III)

    Coluna de volta! Trailers recentes, imagens recém-divulgadas, Awards e as mais novas informações no mundo do cinema.

    TRAILERS

    Como, claro, todo mundo ficou sabendo, nessa semana saíram os trailers de ''Os Vingadores'', ''O Espetacular Homem-Aranha'' e ''O Legado Bourne''.

                                   ''Os Vingadores'' estreia dia 4 de maio. Meu presente de aniversário.

                                                    O novo ''Homem-Aranha'' estreia dia 3 de Julho.

                                       O quarto episódio da franquia ''Bourne'' estreia dia 3 de Agosto.

    IMAGENS

    Um ator de ''Django Unchained'', o faroeste de Quentin Tarantino que será lançado no Natal, divulgo duas fotos do cenário do filme:


                                                Já deu para acordar a ansiedade total para o longa.

    AWARDS


    Saíram os vencedores dos Visual Effects Awards. Vamos aos principais prêmios:

  • Melhores efeitos visuais: ''Planeta dos Macacos: A Origem''
  • Melhores efeitos visuais complementares: ''A Invenção de Hugo Cabret''
  • Melhores efeitos visuais em animação: ''Rango''
    No total, ''Rango'' liderou a premiação com quatro vitórias. Em seguida, ''Planeta dos Macacos'', ''Hugo'' e ''Transformers'', com duas estatuetas. Os dois primeiros se configuram, realmente, como os grandes favoritos ao Oscar.



   

ETC


  • Natalie Portman (de ''Cisne Negro''), Christian Bale (o Batman) e Cate Blanchett (de ''Elizabeth'')  estão confirmados para os dois próximos filmes de Terrence Malick, diretor de ''Árvore da Vida''. 
  • No primeiro, ''Knight of the Cups'', contracenarão com Isabel Lucas; já no segundo, ''Lawless'', ganharão o (excelente) apoio de Ryan Gosling (de ''Tudo Pelo Poder'') e Rooney Mara (de ''Millennium'').
  • O novo filme-solo do Wolwerine enfim ganhou data de estreia: 26 de julho de 2013. Melhor que o ''Origins'' não é difícil, hein?
  • John Williams: 80 anos de idade, 55 de carreira e 47 indicações ao Oscar. Mestre.
  • Russell Crowe pode ser o Robocop, no filme do brasileiro José Padilha. Só que eu acho que a barriguinha ficaria um pouco apertada na armadura...
  • Segundo Andrew Kosove, produtor da sequência de ''Blade Runner'', Harrison Ford não fará parte do projeto. O motivo: ele não gosta do original.
  • E quando o Brasil é indicado ao Oscar de Melhor Canção novamente, na figura de Carlinhos Brown, por ''Real in Rio''; não teremos as típicas apresentações musicais por parte dos indicados. Sem batuque na cerimônia.
  • Por último e não menos importante: Daniel Radcliffe vem se especializando em fazer declarações desnecessárias. Primeiro, disse que não conversa mais com Rupert Grint após o fim das filmagens de ''Harry Potter''; depois, anunciou que, em várias cenas, atuou bêbado: ''posso apontar várias cenas em que eu não estava lá''. 
  • Na última da vez reclamou que a Academia ''esnobou'' a franquia Harry Potter. Sobrou até para Scorsese e ''Hugo'', que supostamente não possuem tanto merecimento quanto a saga. Menos, menos.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Crítica - Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres

    Acho importante deixar bem claro uma coisa, antes de começar a crítica: não li os livros de Stieg Larsson - mas pretendo -, tampouco assisti à versão sueca. Portanto, essa análise é mais de um espectador 'pego de surpresa' e que, além de pontuar as qualidades cinematográficas do longa, também discorrerá sobre a história em si.


    ''Millennium'' marca a volta de David Fincher ao seu 'melhor' tipo de cinema. 'Melhor' porque é onde ele mais se dá bem, dirigindo excelentes filmes mais focados nos gêneros Policial e Suspense: ''Clube da Luta'', ''Se7en'' e ''Zodíaco''. Obras de atmosfera pesada, personagens marcantes e situações extremante particulares - que revelam um lado mais dark da sociedade -. Falar sobre todas elas seria tirar o foco, todavia gostaria de dizer: ainda bem!. Nada contra ''A Rede Social'', por exemplo, que é um grande filme; entretanto é nesses gêneros que Fincher se sai melhor.


    O desenvolvimento da trama é baseado, principalmente, no desaparecimento de uma garota - herdeira de uma família sueca, tradicional e poderosíssima - há muitos anos. Mistério esse que unirá o jornalista Mikael Blomkvist (Daniel Craig) e a hacker Lisbeth Salander (Rooney Mara), que são contratados pelo 'magnata' Henrik Vanger (Christopher Plummer), responsável outrora por todas as empresas da família. Mikael está sem dinheiro, descredibilizado e com seu jornal à beira da falência; após perder um processo contra um milionário, criticado em uma de suas colunas. Por isso aceita a oferta da tal investigação 'no Pólo Norte', como diria a sua amante, Erika (Robin Wright). Já Lisbeth, é uma jovem tutelada pelo Estado por causa do seu comportamento, digamos, explosivo. Já conhecida pelos contratantes suecos (ela investigou a vida de Mikael, antes da 'contratação' dele), entra no caso por pura 'diversão'.


    Apresentações feitas, já dá para começar a crítica propriamente dita. E que tal os créditos de abertura como ponto de partida? Sim, porque eles são fantásticos! Repleto de detalhes, enigmático e lindo; desde já você já não quer tirar os olhos da tela (e não crie esperanças, isso se manterá pelo resto de sua duração). A trama é introduzida calmamente, partindo do processo contra Mikael e da investigação de Lisbeth sobre o próprio. Somos apresentados aos problemas familiares de Mikael e também às crises de Lisbeth, e depois ao mistério da menina desaparecida. O jornalista e a hacker só se conhecem, de fato, depois de um bom tempo. Aqui, exemplifiquei a primeira grande qualidade de ''Millennium'': seu roteiro. Ele discorre com muito brilho; os personagens são complexos e bem esculpidos e os diálogos muito bem colocados. Tudo, claro, apoiado na excelente direção de Fincher, na montagem eficaz, na fotografia marcante e na trilha sonora maravilhosa.


    Falar do roteiro e da complexidade dos personagens, sem dedicar um parágrafo à Lisbeth seria - muito - incompleto. A garota que tentou matar o pai aos doze anos, cheia de piercings, com uma grande tatuagem de dragão (ah, vá!), que não cumprimenta ou olha nos olhos de alguém, vingativa e que diz o que pensa. Já seria fascinante. Porém, há Rooney Mara. Com um trabalho extremamente bem feito; humanizado e assustador. A fascinação pela personagem é ainda maior, beira à obsessão, para saber mais sobre ela - passado, presente, futuro e sua mente; tudo -. Salander é uma grande personagem, e Mara captou bem a sua essência.


    Como Lisbeth, o visual do filme também é impressionante. A sensação de estar assistindo à um filme nórdico, e não americano, é constante. 'Culpa' de Fincher que encontrou uma boa medida para a frieza e suspense dali (aproximando-se de ''O Escritor Fantasma'', de Polanski). A habilidade da direção de arte é, portanto, digníssima de nota. Além disso, a qualidade do diretor também recebe apoio de outro departamento - que já citei, até - o de Fotografia. O casamento de ambos rende cenas memoráveis, como a 'vingança' da hacker e o clímax final da trama da garota desaparecida (que já havia se tornado algo bem maior que isso).


    Com atuações também eficientes de Daniel Craig e Christopher Plummer, ''Millennium'' é mais um grande filme de Fincher. Bom saber que sequências virão, que as livrarias terão de me vender os livros de Stieg Larsson e que Rooney Mara foi indicada ao Oscar. E para o fim, o epílogo, que demonstra que realmente o principal das 2h30 de filme é Lisbeth Salander e que a trama da menina desaparecida, está mais para sub-trama.    Nota: 9/10

domingo, 5 de fevereiro de 2012

News! News! (II)

    Na segunda edição vocês perceberão que essa seção aqui tá bem mais para TV Fama que qualquer outra coisa. Enfim: trailers, vencedores da temporada pré-Oscar, imagens e notícias.

    TRAILERS

     Estão aí, o terceiro trailer para ''Jogos Vorazes'' e o teaser de ''Os Vingadores'' (derivado do comercial para o Super Bowl de logo mais). O primeiro estreia no dia 23 de Março, e o segundo, dia 27 de Abril.

                                                                          ''Jogos Vorazes''

                                                                         ''Os Vingadores''

    IMAGENS

    Saíram novas imagens da aguardadíssima primeira parte de ''O Hobbit''. Na primeira, Bilbo (Martin Freeman) ao lado dos anões; já na segunda, ele com a sua Ferroada (dada a Frodo por ele mesmo em ''A Sociedade do Anel''). Estreia no Brasil em 14 de Dezembro.




    PRÉ-OSCAR

    Quem gosta de acompanhar as premiações sabe que ficando de olho nos ganhadores dos prêmios das Guilds específicas, a possibilidade de você acertar bastante no bolão é grande. Então, tomem nota:

    Art Directors Guild Awards (Direção de Arte): 

  • Melhor Direção de Arte em filme de época: ''A Invenção de Hugo Cabret''
  • Melhor Direção de Arte em filme de fantasia: ''Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2''
  • Melhor Direção de Arte em filme contemporâneo: ''Millennium - Os Homens que não Amavam as Mulheres''
    Configura-se aí o duelo para o Oscar de Direção de Arte. Um dos três sairá vencedor, e Hugo e Harry Potter correm na dianteira.


    



Annie Awards (o Oscar das animações)

  • Melhor Filme: ''Rango
    Alguma dúvida quanto a qual animação ganhará?

    Producers Guild Awards

  • Prêmio Darryl F. Zanuck (aka Melhor Filme): ''O Artista''
    Será que, no fim, ''O Artista'' levará os dois prêmios principais? ''Os Descendentes'' e ''Hugo'' estão logo atrás.

    Directors Guild Awards

  • Outstanding Directorial Achievement in Feature Film (aka Melhor Diretor): Michel Hazanavicius, por ''O Artista''
    Substitua os filmes do meu comentário anterior pelos seus respectivos diretores.

    Screen Actors Guild Awards
  • Melhor Atriz Coadjuvante: Octavia Spencer, por ''Histórias Cruzadas'' -> OH, NO!
  • Melhor Ator Coadjuvante: Christopher Plummer, por ''Toda Forma de Amor'' -> Esperado.
  • Melhor Atriz: Viola Davis, por ''Histórias Cruzadas'' -> Esperado e digno. Mas Streep está querendo esse Oscar, e sua atuação em ''A Dama de Ferro'' deve valer, e muito, o ingresso.
  • Melhor Ator: Jean Dujardin, por ''O Artista'' -> E aí, Clooney? Você era o favorito...
  • Melhor Elenco: ''Histórias Cruzadas'' -> Seria merecidíssimo, não fossem Spencer e a sombra de esse ser o 'prêmio de Melhor Filme', no caso desse sindicato.
   
ETC



  • A imagem ao lado é de Steve Carrell no longa ''Burt Wonderstone''. A história de dois mágicos rivais de Las Vegas conta também com Jim Carrey, Olivia Wilde e Steve Buscemi.
  • Rumores dizem que ''Jackie Brown'', de Quentin Tarantino, ganhará um prequel dirigido por Dan Schecjter. É esperar para ver.
  • O brasileiro Selton Mello recusou um convite de J. J. Abrams para participar de ''Star Trek 2''. Ele disse que ficaria deprimido dentro de uma nave. Vai entender.
  • O quinto longa da saga ''O Exterminador do Futuro'', que marca o retorno de Arnold Schwarzenegger à telona, ganhará uma classificação de +18. E que venha muito sangue.
  • Matthew Vaughn foi confirmado como diretor da sequência de ''X-Men: Primeira Classe''. Expectativas a mil.
  • E por último e para dizer adeus: ''Tropa de Elite 2'' não passou a temporada em branco, não. Foi indicado pelo Sindicato dos Editores de Som em Melhor Edição de Som: Efeitos Sonoros e Diálogos em Longa em Língua Estrangeira. É isso aí.

Crítica - Histórias Cruzadas


    ''Histórias Cruzadas'', que chamarei aqui de ''The Help'', o título original, por um motivo que mais para frente explicarei; não é um bom filme. Poderia ser, mas não é. Muita gente talvez vá achar isso, mas não é. A razão para isso é sua concepção totalmente equivocada, trazida de um livro homônimo de Kathryn Stockett. Equivocada, por quê? Porque não prega a igualdade racial, como esperado. É um filme racista. Maniqueísta. Encaixe o adjetivo que desejar.


    As 'histórias que se cruzam' são as da jornalista Skeeter (Emma Stone), que tem como sonho escrever um livro; e as das empregadas negras de sua cidade natal, no estado do Mississippi. Um Mississippi da década de 60, marcado pela segregação racial - regulamentada por lei - e pela violência contra os negros. O ambiente estava ali, pronto para um bom filme. Só que o resultado ficou aquém, bem aquém. Tão aquém que, para citar qualquer ponto positivo do longa, você, necessariamente, precisa introduzir algum negativo.


     Num primeiro exemplo: o elenco de ''The Help'' é um dos melhores do ano, sim! Viola Davis (indicada ao Oscar), como a doméstica Aibileen, faz um trabalho absurdamente sensível e expressivo - é uma das melhores atrizes atuais -; entretanto, a empregada é um estereótipo forçadíssimo. A mulher 'sofrida' e sozinha é desenvolvida pelo roteiro de uma forma tão engessada quanto possível. Um milagre interpretativo de Viola. Culpa de Tate Taylor. Uma outra grande atriz também salvou uma personagem fraca: Jessica Chastain (indicada ao Oscar também). 


    O papel da 'patroa liberal' Celia Foote, nas mãos de uma qualquer, sairia apenas uma mulher irritante e fútil. Jessica a eleva a muito mais do que isso. Poderia citar também Bryce Dallas Howard - que aqui seria algo como 'o mal em pessoa' -, a qual humaniza muito bem a manipuladora e criadora da lei do 'banheiro-exclusivo-para-empregadas-negras-em-todas-as-casas' Hilly Holbrook. Ou então Emma Stone que dá toques sutis de personalidade para a rasa escritora Skeeter; ou Sissy Spacek (*-* Carrie *-*), ou Allison Janney, sei lá. Todas, menos Octavia Spencer.


    Sim, Octavia, favorita para Atriz Coadjuvante - e ganhadora da maioria dos prêmios na ''área'' - é a pior atriz entre todo o elenco. A pior porque não sai do estereótipo, ela o mantém e o piora ainda mais. Ela é a negra 'mano' da história: direta, sincera e explosiva; em que lembra muito Queen Latifah - até por ter uma indicação ao Oscar injusta -. Sua função, cumprida com razoável sucesso, é fazer rir. Nos momentos dramáticos, decepciona (principalmente numa cena com Celia, em um banheiro). Ah, e essas cenas cômicas aí, que mencionei; nenhuma delas deriva da maldita torta de merda, ok? Uma das coisas mais absurdas (você confundiria merda com chocolate?) e desnecessárias dos últimos tempos - e que impera nos tais momentos cômicos da obra. Na última meia-hora todos os personagens fazem algum comentário irônico sobre a malfada torta.


     Bom, já expliquei minha teoria de que qualquer ponto positivo daqui acaba virando um negativo, né? As interpretações são fantásticas, todavia as personagens 'cruas' são fracas. ''The Help'' faz rir, numa tentativa clara de torná-lo um feel good movie para a digestão da temática ser menos 'dolorosa'; no entanto falha miseravelmente nisso, na parte final. Então agora explico porque é como ''The Help'' que prefiro chamá-lo.

    Não é pela tradução literal 'A Resposta', numa alusão à uma resposta das empregadas negras às patroas brancas conservadoras. E sim por um tradução 'não oficial', como 'A Ajuda' mesmo. Aparentemente o filme nos diz que as negras daquela cidadezinha apenas conseguiram se reerguer e enfrentar a 'tirania' depois que uma branca lhes dá um suporte, lhes 'ajuda'. Pode parecer exagero meu, talvez seja mesmo. Porém onde está Martin Luther King, relegado à uma passagem mínima de um discurso seu na TV? Naquela exata época ele liderava a busca por direitos civis para os negros, só que quem inspirou essas empregadas foi uma mulher branca e não ele?


    Ah, e a KKK, hein? Uma menção mínima - ima, ima - e já está bom? Mais uma vez Tate Taylor (e talvez a escritora do livro original também tenha feito o mesmo) ignora o contexto histórico. A trama parece alheia ao resto do país, ao resto do estado Mississippi. Enfim, cheguei á conclusão de que ''The Help'' é muito bem interpretado de modo geral, porém porcamente roteirizado. O saldo final é negativo e irritante; mas pelas atrizes - e unicamente por elas- a nota não será mais baixa.      Nota: 5/10