quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Novidades da Semana (21/12 - 27/12)

    Mais uma semana se passou, e essa seção de posts está de volta. Como já era esperado, não aconteceu muita coisa durante essa semana devido ao Natal e à proximidade do Ano Novo. Então, lá vai...


    TRAILERS


    Nessa semana foram liberados dois trailers que eu achei interessante mostrar: o de ''The Impossible'' e o de ''Anjos da Noite: O Despertar''. O primeiro, é um drama espanhol (mas que conta com a linda da Naomi Watts) sobre a história de uma família em férias na Tailândia, em 2004, presenciando um tsunami (baseado em fatos reais). O segundo, é o quarto filme dessa série sobre vampiros e lobisomens, que se já cansou muitos (como eu), parece ainda ter seus fãs por aí.


                                               Trailer - ''The Impossible''


                                      Trailer - ''Anjos da Noite: O Despertar''


    IMAGENS


    Foram divulgadas também algumas imagens da nova produção dos irmãos Wachowski (de ''Matrix'' e ''V de Vingança''), a ficção científica ''Cloud Atlas''. Tom Hanks, Halle Berry, Hugh Grant, Susan Sarandon e Jim Broadbent fazem parte do elenco.
    Ambas as imagens são uma visão da cidade de Seul, na Coreia do Sul, no ano de 2144.





    BILHETERIAS (EUA)


    Nas bilheterias norte-americanas, como esperado, a liderança ficou com o novo filme da franquia ''Missão: Impossível'' (crítica aqui). Nos segundo e terceiro lugares, ficaram ''Sherlock Holmes 2'' e ''Alvin e os Esquilos 3''. Já as estreias da semana, só aparecem depois do quarto lugar, com o novo filme David Fincher arrecadando um valor baixo já esperado pelo conteúdo adulto do filme; em seguida, a surpresa, o filme de Steven Spielberg sobre Tintim com uma abertura decepcionante.
    O filme ''Compramos um Zoológico'' foi mais uma das estreias e ficou na sexta posição. Os demais já figuravam nas listas das semanas anteriores.






1 - Missão: Impossível – Protocolo Fantasma - $ 26.535.000 (arrecadação total: $ 58.970.000)
2 – Sherlock Holmes 2: O Jogo de Sombras - $ 17.800.000 ($ 76.554.000)
3 – Alvin e os Esquilos 3 - $ 13.325.000 ($ 50.265.000)
4 – Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres - $ 13.000.000 ($ 21.400.000)
5 – As Aventuras de Tintim – O Segredo do Licorne - $ 9.125.000 ($ 17.132.000)
6 – Compramos um Zoológico - $ 7.800.000 ($ 7.800.000)
7 – Noite de Ano Novo - $ 3.005.000 ($ 32.342.000)
8 – Operação Presente - $ 2.700.000 ($ 44.200.000)
9 – A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1 – $ 2.100.000 ($ 270.900.000)
10 – A Invenção de Hugo Cabret - $ 2.025.000 ($ 43.652.000)


    LISTA - MAIORES FRACASSOS DE 2011

    Fim de ano, você já sabe, listas e mais listas sobre os filmes do ano. Nessa semana o Hollywood Reporter divulgou uma bem interessante, sobre os  fracassos de bilheteria do ano.
    É importante lembrar que para um filme ''se pagar'', ele precisa arrecadar no mínimo o dobro de seu orçamento, já que metade dos valores arrecadados no cinema fica com a rede distribuidora (Cinemark etc.). Além disso, há o valor gasto em marketing, não incluído no orçamento. Os dez mais:


1- ''Marte Precisa de Mães'' - Orçamento: US$ 150 milhões; Arrecadação: US$ 39 milhões (Zemeckis, volte para o live-action)

2- ''The Big Year'' - Orçamento: US$ 41 milhões; Arrecadação: US$ 7,4 milhões 

3- ''Diário de Um Jornalista Bêbado'' - Orçamento: US$ 45 milhões; Arrecadação: US$ 21,6 milhões  (Depp, cuide melhor da sua carreira)

4- ''Anônimo'' - Orçamento: US$ 30 milhões; Arrecadação: US$ 14 milhões

5- ''Conan - O Bárbaro'' - Orçamento: US$ 90 milhões; Arrecadação: US$ 48,8 milhões

6- ''Happy Feet 2'' - Orçamento: US$ 135 milhões; Arrecadação: US$ 115 milhões

7- ''Lanterna Verde'' - Orçamento: US$ 200 milhões; Arrecadação: US$ 219 milhões

8- ''Cowboys & Aliens'' - Orçamento: US$ 163 milhões; Arrecadação: US$ 178,8 milhões

9- ''Sucker Punch - Mundo Surreal'' - Orçamento: US$ 82 milhões; Arrecadação: US$ 89, 8 milhões

10- ''Arthur - O Milionário Irresistível'' - Orçamento: US$ 40 milhões; Arrecadação: US$ 45,7 milhões

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Crítica - Tudo Pelo Poder



    George Clooney é conhecidíssimo entre o público pelo seu lado ator, com participações por exemplo na série ''ER'' e no filme ''Onze Homens e um Segredo''. Entretanto, ele também dá as cartas como diretor (e roteirista) de tempos em tempos, realizando, por exemplo, o bom ''Boa Noite e Boa Sorte'', em 2005. Seu último filme como diretor, ''O Amor Não Tem Regras'', pode ter sido fraco, todavia ele parece ter voltado à qualidade com ''Tudo Pelo Poder'' (e também às indicações a premiações, como pelo filme de 2005).


    O cenário dessa vez é a política norte-americana, que se nunca deixa de ser exatamente ''atual'', se mostra mais importante nos últimos tempos devido à crise econômica. O ponto de vista é o do jovem assessor de imprensa Stephen Myers (Ryan Gosling), que trabalha para um dos candidatos democratas à presidência, Mike Morris (George Clooney). Stephen não só promove a campanha de Mike, como também acredita que certamente ele, caso eleito, mudará o seu país para melhor: além de funcionário, é, portanto, um eleitor esperançoso do candidato.


    Porém, toda essa crença de Stephen se desconstrói aos poucos, enquanto ele vai descobrindo os planos de seu candidato (e de seu adversário), além das próprias armações existentes dentro do comitê de Mike. Uma das coisas que diferencia o filme é que ele mostra o embate entre dois candidatos democratas durante a prévia de seu partido para a presidência. A teórica unidade política que deveria existir é praticamente nula, se assemelhando ao conflito contra os rivais republicanos. Não que isso seja exatamente original ou desconhecido do público, mas faz pensar: se há tudo isso durante prévias partidárias, quão sujos são os bastidores do duelo principal pela presidência?


    As armadilhas estão por toda parte, dentro da sua candidatura, da rival, colocadas pela imprensa... E Stephen, mesmo não sendo ingênuo, parecia acreditar que não andava em um campo tão espinhoso: mesmo estrategista, não deixava de ser um gentleman e sincero (Morris perguntar suas chances em certo estado a ele, e não a outro assistente superior, por saber que ele diria quais eram elas exatamente, ilustra bem). Se no começo do filme essa era a sua diferença em relação ao personagem de Philip Seymour Hoffman, Paul Zara, também assistente de Morris; as suas semelhanças com o tal parecem se realçar a cada minuto passado do longa. Isso para não compará-lo a Tom Duffy, interpretado por Paul Giamatti, estrategista do candidato adversário.


    Por falar em tantos atores, as interpretações, de modo geral, estão ótimas. Philip Seymour Hoffman é um grande ator, e mostra isso aqui também; Paul Giamatti, idem; George Clooney dá o charme necessário ao seu candidato Morris, bem correto; Evan Rachel Wood dá veracidade à sua personagem, a estagiária Molly; e Marisa Tomei é eficiente como a jornalista Ida. Entretanto, o grande destaque é Ryan Gosling, que leva o difícil personagem Stephen muito bem, levando a desconstrução dele a um nível ainda mais forte.


    O roteiro escrito por Grant Heslov e Clooney é maravilhoso, cheio de camadas e de críticas, desde as mais básicas e visíveis colocadas na trama central, até as que para melhor entendimento é necessário saber um pouco sobre política americana, como a sub-trama da personagem Molly: muito importante para a história e sua resolução, mas que pode parecer superficial para quem não sabe o ponto de vista democrata para o que estava ocorrendo. A direção de Clooney também é segura, guardando algumas sequências belíssimas e tomadas eficazes.


    Um filme corretíssimo, aparentemente merecedor das quatro indicações ao Globo de Ouro e de seu certo favoritismo a algumas também no Oscar (Ryan Gosling, por favor!). Um retrato interessante, poderoso e eficaz da política e que parece que elevará Clooney à promissor diretor novamente.         Nota: 8/10


 P.S.: Para quem gosta da série ''24 Horas'', uma participação especial de Gregory Itzin (o Charles Logan do seriado) é mais do que especial e ''irônica''. 

Crítica - Missão: Impossível - Protocolo Fantasma

    A série ''Missão: Impossível'' pode se orgulhar de, mesmo após quatro filmes, não ter perdido qualidade na maioria deles. Isso porque o original, dirigido por Brian DePalma (de ''Scarface'' e ''Carrie - A Estranha''), é um ótimo filme de ação abrilhantado pelo talento do diretor; o segundo de John Woo (de ''Bala na Cabeça''), mesmo que o mais fraco, ainda mantém força em divertir; já o terceiro, dirigido por J. J. Abrams (de ''Star Trek'' e da série ''Lost''), guarda suas qualidades por ter o melhor roteiro de todos, mantendo a contínua diversão. Todo esse sucesso pode ser explicado pelos bons diretores que por ela passaram, principalmente DePalma e Abrams, e eles ganharam uma companhia no mínimo interessante: Brad Bird (de ''Os Incríveis'' e ''Ratatouille'').


    O diretor, vencedor de dois Oscars, fez o caminho contrário de Robert Zemeckis (de ''Forrest Gump'') e deixou o campo das animações para se aventurar em seu primeiro live-action. E mostrou ter talento ao fazer ótimas sequências em cenas de ação e de tensão, sendo que a melhor delas fica à cargo de quando Ethan Hunt está escalando o Burj Khalifa, o maior prédio do mundo, um momento que no mínimo causa vertigem. 


    A história é a seguinte: o agente da IMF Ethan Hunt (Tom Cruise) cai em uma armadilha e é acusado de bombardear o Kremlin (sede do governo russo), e por isso é desautorizado pelo governo norte-americano, como toda a agência, após o presidente emitir o tal do ''Protocolo Fantasma''. Só que Ethan, mesmo com apoio de apenas outros três agentes fugitivos, precisa impedir que um extremista inicie uma série de movimentos que culminaria numa Guerra Nuclear. Esse roteiro, assinado por Josh Appelbaum e André Nemec, delimita a qualidade do filme quase que totalmente.


    A megalomania e furos da história (e a falta de ''choque de realidade'' em sua criação) fazem com que o filme nunca chegue a brilhar (e até fazer sentido) constantemente, o que apenas ocorre durante algumas cenas de ação (a maioria delas na parte de Dubai, ou seja, no meio do filme) e quando os tecnológicos instrumentos da equipe de Ethan entram em campo (um deles, usado no Kremlin, é divertidíssimo). Todos esses bons momentos também só aparecem devido à direção de Brad Bird, à eficiente montagem de Paul Hirsch e aos bons atores. Vamos falar sobre eles.


    Tom Cruise volta ao seu personagem dos filmes anteriores ainda mais carismático, Jeremy Renner surpreende (ainda mais a mim, que não gosto dele) com uma boa atuação, sem canastrice, e o humorista Simon Pegg também está eficiente; as piadas do roteiro apenas funcionam, na maioria das vezes, por causa desses três (e é importante lembrar que a maioria dos momentos de humor foram muito bem bolados, nada forçados). Paula Patton, a última integrante do quarteto, não convence por inteiro, tal qual o vilão de Michael Nyqvist.


    A conhecidíssima trilha está lá, presente nos momentos mais importantes, e os efeitos visuais são bons; destaques de uma boa parte técnica. E é isso que o filme é: divertido e emocionante nas cenas de ação, entretanto banal em sua história principal, que está ali apenas para que as boas sequências aconteçam. Para os próximos filmes, melhores roteiristas podem elevar a série ao um nível mais alto. Nota: 7/10