sábado, 18 de janeiro de 2014

Lista - Os Melhores Álbuns de 2013

    Depois da lista com os 20 melhores singles do ano, vamos à lista dos 20 melhores álbuns do ano. Particularmente gostei mais desta lista do que da do ano passado - está mais variada - e foi bem mais difícil chegar às vinte escolhas, o que com certeza mostra que em 2013 fiz várias descobertas interessantes e/ou o povo trabalhou melhor. Vem comigo.

20. "Days Are Gone" - HAIM



TOP 4: My Song 5, The Wire, Days Are Gone, Falling.

Bottom 3: Honey & I, Forever, Running If You Call My Name.







19. "Night Time, My Time" - Sky Ferreira



TOP 4: Boys, Kristine, You're Not The One, I Will.

Bottom 3: Love In Stereo, 24 Hours, I Blame Myself.







18. "The Electric Lady" - Janelle Monáe



TOP 4: Dance Apocalyptic, We Were Rock & Roll, Q.U.E.E.N. (feat. Erykah Badu), Givin 'Em What They Love (feat. Prince).

Bottom 3: It's Code, Victory, Look Into My Eyes.






17. "A Tidal Wave of Mistery" - Capital Cities




TOP 4: Safe And Sound, I Sold My Bed But Not My Stereo, Kangaroo Court, Farrah Fawcett Hair (feat. Andre 3000).

Bottom 3: Love Away, Chasing You (feat. Soseh), Origami.





16. "Save Rock & Roll" - Fall Out Boy



TOP 4: The Phoenix, Death Valley, My Songs Know What You Did in the Dark (Light 'Em Up), Just One Yesterday (feat. Foxes).

Bottom 3: Alone Together, Young Volcanoes, Where Did the Party Go.






15. "Native" - OneRepublic




TOP 4: Counting Stars, If I Lose Myself, Can't Stop, Feel Again.

Bottom 3: Preacher, Burning Bridges, Something I Need.







14. "Melophobia" - Cage The Elephant



TOP 4: Come a Little Closer, Black Widow, It's Just Forever (feat. Alison Mosshart), Teeth.

Bottom 3: Telescope, Hypocrite, Cigarette Daydreams.






13. "Halcyon Days" - Ellie Goulding




TOP 3: Burn, Goodness Gracious, You My Everything.

Bottom 2: Under Control, Flashlight (feat. DJ Fresh).






12. "Bangerz" - Miley Cyrus




TOP 4: Wrecking Ball, FU (feat. French Montana), Do My Thang, #GETITRIGHT.

Bottom 3: Drive, Adore You, Maybe You're Right.





11. "The Golden Age" - Woodkid




TOP 4: Run Boy Run, The Great Escape, Ghost Lights, I Love You.

Bottom 3: Boat Song, The Golden Age, The Shore.







10. "The Blessed Unrest" - Sara Bareilles




TOP 4: Little Black Dress, Cassiopeia, 1000 Times, Roar Brave.

Bottom 3: December, Islands, I Choose You.






9. "Mosquito" - Yeah Yeah Yeahs




TOP 4: Sacrilege, Under The Earth, Mosquito, Wedding Song.

Bottom 3: Buried Alive (feat. Dr. Octagon), Always, These Paths.







8. "Pure Heroine" - Lorde




TOP 4: 400 Lux, Royals, Tennis Court, A World Alone.

Bottom 3: Still Sane, White Teeth Teens, Ribs.






7. "Secondhand Rapture" - MS MR




TOP 4: Bones, Hurricane, Think Of You, No Trace.

Bottom 3: BTSK, Salty Sweet, Dark Doo Wop.






6. "The Love Club" (EP) - Lorde




TOP 2: Royals, Million Dollar Bills.

Bottom 1: Biting Down.






5. "Bikini Daze" (EP) - MØ




TOP 2: XXX 88 (feat. Diplo), Dark Knight.

Bottom 1: Freedom (#1).






4. "AM" - Arctic Monkeys




TOP 4: Do I Wanna Know?, R U Mine?, Arabella, I Want It All.

Bottom 3: Snap Out Of It, Mad Sounds, Fireside.






3. "The Heist" - Macklemore & Ryan Lewis




TOP 4: Same Love (feat. Mary Lambert), Thrift Shop (feat. Wanz), Wings, Make The Money.

Bottom 3: Thin Line (feat. Buffalo Madonna), White Walls (feat. Schoolboy Q & Hollis), Starting Over (feat. Ben Bridwell).




2. "ARTPOP" - Lady Gaga




TOP 4: Gypsy, G.U.Y., Do What U Want (feat. R. Kelly), Sexxx Dreams.

Bottom 3: Venus, Fashion!, Swine.






1. "Exile" - Hurts





TOP 4: Exile, The Road, Cupid, Miracle.

Bottom: nenhuma.







Menções especiais: "Matangi" - M.I.A.; "Tales of Us" - Goldfrapp e "Modern Vampires Of The City" - Vampire Weekend.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Análise - Resoluções de 2013

    Se é bem verdade que 2013 foi um ótimo ano para o cinema - a safra de filmes foi bem melhor que a de 2012, por exemplo -, com certeza isso não ocorreu por causa dos longas que listei aqui no ano passado como os que mais estava ansioso para assistir no ano que passou. Vem comigo dar uma olhada no que eu achei dos filmes:

10. "Guerra Mundial Z"




    "Guerra Mundial Z" nem merece pertencer ao subgênero "filme de zumbi" - só a ausência quase total de sangue já o impede -. Na verdade, nada mais é do que um filme de ação em que os "inimigos" são os mortos-vivos. Há quem diga que este é o novo rumo do subgênero no século XXI, espero que roteiristas e diretores notem que não é por aí o quanto antes, então. O filme até é competente, principalmente em seu início. O prólogo, que mostra o início da infecção do vírus, é interessante e bem realizado. Entretanto, este o único momento de frescor do longa. O que se sucede nada mais é do que todos os clichês do gênero empilhados, numa abordagem absolutamente convencional. É um filme que não toma riscos narrativos ou técnicos, cumprindo apenas seu papel: um bom filme de ação que estabelece muito bem um clima de urgência e adrenalina. E nada mais.

Nota 6/10




9. "O Homem de Aço"



    Da mesma forma que vários fracassos da Marvel ("Capitão América: O Primeiro Vingador", "Homem de Ferro 3"...) comprovaram o problema da "linha cinematográfica" seguida pelos seus filmes - mais voltados para a diversão -; "O Homem de Aço" exemplifica o lado negativo da seriedade que vem sendo implantada nos filmes da DC, via Christopher Nolan. A direção de Zack Snyder é absolutamente irritante, com uma câmera trêmula aliada a uma montagem cheia de cortes secos. O roteiro é raso como uma colher de chá - apesar de tentar a todo custo demonstrar o contrário - e possui diversos problemas estruturais. Henry Cavill também não convence como o Homem de Aço (mas, a essa altura, qualquer coisa é melhor que Brandon Routh, do filme de 2005). Além disso, se a direção de Snyder já não ajuda, os efeitos especiais muito duvidosos - CGI over notável - atrapalham ainda mais as cenas de ação. E aí, sobra o quê para salvar?

Nota 4/10


8. "Diana"



    De candidato às premiações até se tornar uma das "bombas" do ano. De ter Naomi Watts como cotada ao Oscar de Melhor Atriz até esta ser indicada ao Framboesa de Ouro (em que se leve em conta, claro, a irrelevância do prêmio e os vários motivos pelos quais a atriz não deveria ter sido indicada). "Diana" foi uma absoluta decepção geral. Muitos desistiram do longa - como eu - que só o assisti para fechar este post. O filme conta os últimos anos de vida da princesa... bem, na verdade, "conta". O diretor Oliver Hirschbiegel e seu roteirista Stephen Jeffreys praticamente fazem uma livre adaptação da vida de Diana, sustentando-se majoritariamente em rumores e exageros. Aqui, a princesa está mais para princesa da Disney - bondosa, apaixonada, inocente e que faz de tudo pelo "Príncipe Encantado". Por fim, se torna um filme irritante - por mostrar algo que obviamente não foi real -, inofensivo - pois duvido que alguém ainda lembre que este filme existe - e desnecessário.

Nota 4/10


7. "Amor Pleno"




    Terrence Malick é um diretor difícil. A experiência de assistir a seus filmes demanda boa vontade, concentração total e atenção aos detalhes, para dizer o mínimo. Em "Amor Pleno", o diretor manteve muito da estrutura de seu filme anterior, o indicado ao Oscar "A Árvore da Vida", mas a qualidade ficou abaixo. Estão ali presentes a belíssima fotografia e o ótimo trabalho de direção, mas tanto no roteiro quanto na realização, os problemas ficaram maiores. O que em "A Árvore da Vida" já não funcionava muito bem, aqui se expande - e muito. O roteiro, que aborda o amor e suas formas, não resulta tão completo e profundo como em seu filme anterior. Desta forma, mesmo as belas imagens que aparecem na tela não alcançam seu potencial e soam redundantes e deslocadas. As quase duas horas de filme se tornam maçantes, cansativas e intermináveis. Uma decepção.

Nota 5/10.



6. "Os Amantes Passageiros"





    Pedro Almodóvar talvez tenha feito seu pior filme (não posso afirmar com certeza, posto que não terminei de ver toda sua filmografia). Só com muito esforço para alcançar algo mais problemático que "Os Amantes Passageiros". A história se passa dentro de um avião em pane, impossibilitado de pousar em segurança. O avião, na verdade, se comporta como uma metáfora para a crise econômica espanhola. Os passageiros da classe econômica - o povo - dopados em sono profundo; uma primeira classe transloucada - os ricos -; e uma tripulação que esconde o verdadeiro problema com o avião - o governo -. Entretanto, a metáfora não sustenta o filme. Almodóvar realiza um longa cheio de excessos, piadas fracas e ritmo problemático. Um filme menor. Minúsculo.

Nota: 3/10



5. "O Lobo de Wall Street" (não foi lançado)





    O ano de 2013 também serviu para mostrar - mais uma vez - como a distribuição brasileira de filmes é ruim. O filme de Martin Scorsese só estreará por aqui no dia 24 de janeiro - um mês após a estreia americana e atrasado até em relação aos nossos vizinhos latinos. Portanto, fiquei sem ver o filme até a data da publicação desta lista. Quando o filme estrear, escrevo uma crítica sobre ele aqui no blog (se os deuses e astros estiverem favoráveis à minha boa vontade).









4. "Sin City: A Dame to Kill For" (não foi lançado)








    Filme foi adiado para 2014. :(













3. "O Grande Gatsby"



    Baz Luhrmann despontou para o conhecimento do mundo com o seu segundo longa "Romeu + Julieta", uma versão moderna do clássico de Shakespeare; mas foi com "Moulin Rouge - Amor em Vermelho" que o diretor australiano atraiu a atenção de público e crítica. Isso, de certa forma, foi sua glória e sua queda. Se o musical é, de fato, um grande filme; após ele, Luhrmann não conseguiu criar algo que chegasse aos seus pés. "Austrália" foi um grande fracasso e "O Grande Gatsby" não deixou de ser uma decepção. O diretor parece tentar recriar a qualquer custo o longa de 2001 e repetir seu sucesso. A primeira metade do filme é um festival de afetação e exagero - quase insuportável (tal qual seus personagens). Na segunda, o filme entra nos eixos, os personagens se desenvolvem e a história ganha, enfim, alguma profundidade. Tecnicamente, claro, é um filme belíssimo (fotografia, direção de arte e figurino); mas Luhrmann acaba por criar uma armadilha para si mesmo.

Nota: 6/10


2. "Machete Mata"








    Crítica para o filme, no blog, aqui.












1. "Ninfomaníaca - Volume 1"



    O novo filme de Lars Von Trier passou por diversos entraves em seus bastidores e, por fim, o diretor dinamarquês teve de aceitar as imposições de seus produtores: seu filme sobre uma viciada em sexo passou por uma censura prévia e foi dividido em duas partes (a segunda será lançada no Brasil em março, segundo a distribuidora). De 5h30, o filme passou para dois volumes de 2h cada um. O primeiro volume, que estreou no começo deste ano, se trata evidentemente de uma obra incompleta. A protagonista, Joe, ainda é uma jovem e é interpretada por Stacy Martin - que está muito bem, inclusive. Charlotte Gainsbourg (de "Melancolia") aparece aqui apenas como uma narradora. Apesar disso, este "primeiro ato" de "Ninfomaníaca" é um filme eficiente - na verdade, não se trata de um filme sobre sexo, mas sim, um estudo de personagem. Os destaques do longa ficam, com certeza, para a sempre bela direção de fotografia de Manuel Alberto Claro e para Uma Thurman - em chamas - que protagoniza o melhor momento do filme. Semana que vem posto uma crítica do filme, stay tuned.

Nota: 8/10

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Crítica - The Following (Primeira Temporada)



     No dia 19 de janeiro, a série The Following volta à tela da FOX americana exibindo a premiere de sua segunda temporada. Criada por Kevin Williamson, o roteirista da franquia de terror "Pânico", The Following fez algum barulho com sua primeira temporada, entrando na lista dos vinte programas mais vistos da TV americana. E aqui vão os meus motivos para você NÃO dar uma chance para a série.


     A história é a do serial killer Joe Carroll (James Purefoy, de "Solomon Kane - O Caçador de Demônios") que escapa do corredor da morte e volta a cometer seus crimes, os quais são sempre inspirados na obra de Edgar Allan Poe. Então, é chamado de volta à ativa, para contê-lo, o ex-agente do FBI que o prendeu: Ryan Hardy (Kevin Bacon, de "Sobre Meninos e Lobos"). Desta vez, porém, Joe utilizou seu tempo na prisão para criar um culto em volta de si e conquistar seguidores que o ajudassem a cometer seus assassinatos.

     O primeiro episódio da temporada é excelente, não há como negar. Seu enredo observa o primeiro ato de Carroll ao fugir: perseguir a única sobrevivente de seus crimes anteriores. O episódio é movimentado e abre espaço para a criação de uma pesada tensão entre os dois protagonistas, fundada principalmente na qualidade do texto, na revelação de todo o grande plano do assassino e na dissecação dos personagens - Joe é um carismático vilão que vê todo o sentido no que faz, Ryan é um atormentado e solitário anti-heroi. Há ainda espaço para algumas interessantes reviravoltas e tudo parecia seguir um caminho interessante de série policial.

     Entretanto, com o passar dos episódios toda essa expectativa começa a cair por terra. Os primeiros até conseguem manter um pouco da sensação de frescor e qualidade da premiere, todavia, com o passar do tempo, o que dá para sentir assistindo à série é apenas que estamos sendo feitos de bobos. São utilizados à exaustão os mais variados clichês policiais e não há qualquer pingo de originalidade. Os problemas não seriam estes se, pelo menos, não insultassem nossa inteligência, né?

    O roteiro da série começa a se apoiar em saídas fáceis e no irreal. Aqui temos uma polícia americana absurdamente incompetente - incontáveis vezes os seguidores de Carroll conseguem fugir do FBI e, inclusive, se infiltrar em meio às suas equipes táticas. E, claro, toda vez que a situação complica para os vilões, aparece algum novo seguidor do serial killer que "sempre-esteve-ali-aguardando-esse-dia-chegar" para retardar as investigações, impedir o resgate da vítima etc. Isso sem mencionar que a primeira metade da série se apoia na tentativa de resgatar uma pessoa sequestrada e a segunda no... resgate de outra pessoa sequestrada.

     Quanto às interpretações, Bacon está bem, mas nada de outro mundo. Purefoy está naquela interpretação "fácil" de vilão simpático e não dá qualquer profundidade ao personagem (cinismo e sorrisinho não contam, tá?). Os destaques interpretativos para mim foram Natalie Zea (a ex-mulher de Joe, que é apaixonada por Ryan) e Annie Parisse (policial que acompanha Ryan nas investigações) que tornam suas personagens, as quais não são lá muito exploradas pelo roteiro, interessantes.

     Para finalizar, o maior motivo para não chegar perto da segunda temporada: o final cretino da primeira. Ok, já que eu estava sofrendo mesmo, que fosse até o fim para ver o que acontecia, né. E simplesmente fizeram uso de... saídas fáceis. O confronto final (que de final não terá nada) se resolve de maneira tola e... nem vou falar nada da "surpresa" final. Medíocre. Mais uma série medíocre de fácil digestão para o grande público.

Nota: 5/10

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Crítica - Shame


     Brandon (Michael Fassbender, de "X-Men: Primeira Classe") é um homem rico, bem-sucedido, viciado em sexo e solitário; que tem sua rotina diária de prazer ilimitado e sem significado interrompida pela chegada de sua irmã, Sissy (Carey Mulligan, de "O Grande Gatsby"), que sofre por não conseguir se firmar em um relacionamento amoroso. Duas almas em profundo sofrimento. E que me atingiram como uma avalanche.

    Eu consigo lembrar exatamente o sentimento que tive ao final de Shame. Só não consigo explicar. Um dia nublado em São Paulo. Eu saindo do cinema da Livraria Cultura. Fiquei andando pela avenida Paulista - indo e voltando num loop - por mais de uma hora, a fim de digerir aquilo tudo. Ah, a catarse... como é bom quando um filme deixa uma marca em você, né? Porque os detalhes dele você pode até esquecer, mas aquilo que ele te causou vai ficar impregnado na sua mente. Shame me fez sentir, me perturbou, me deixou vulnerável, me atropelou.

    É complicado escrever uma crítica para este filme. Críticas demandam tecnicidade, objetividade... Normalmente, uma estrutura de "sinopse-elogio-elogio-defeito-defeito-ressalva-acerto-nota". E o maior elogio que eu poderia fazer ao filme é puramente subjetivo. Se o cinema é feito de sensações, Shame constituiu uma das minhas maiores - e mais perturbadoras. Todavia, mesmo depois de horas encarando o notebook, demorei a colocar em palavras a forma como ele me destruiu.

    Com certeza a atuação precisa, sensacional, memóravel - insira mais quantos adjetivos positivos quiser - de Michael Fassbender no papel principal foi uma delas. Mas não foi só isso. A belíssima cena de Carey Mulligan e sua frágil Sissy cantando "New York, New York" em uma versão absolutamente sensível ajudou, é claro. Ah, temos a direção primorosa de Steve McQueen, que faz um dos melhores usos da câmera e seus enquadramentos dos últimos tempos.

    Também já coloquei na conta o trabalho de roteiro do próprio McQueen e Abi Morgan que constrói o forte contraponto entre os personagens de Fassbender e Mulligan de forma brilhante até que cheguemos ao inevitável conflito final que... ah, as palavras faltando de novo. Não há cena, enquadramento ou diálogo inútil. Tudo ali é importante. Tudo ali é fundamental na construção das personalidades, dos sofrimentos internos, das emoções de ambos os personagens. Uma vez que, apesar de o personagem principal ser Brandon, sua irmã não está presente tão somente como um contraponto. 

     Na verdade, Shame não observa só o vício em sexo. Observa o elemento sexual. De maneira crua, sem fetiches. Isso está presente desde a cena inicial com o nu frontal de Fassbender até o final. Final que diz muito. Ele resume o que é o filme: as respostas estão nos olhares, na expressão do personagem, nos enquadramentos. E é tudo isso. Junto e espalhado pelos 99 minutos do longa, que tornou Shame um de meus filmes preferidos, me destruiu e me deixou pensativo por horas.
    
Nota: 9/10