sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Balanço de Dezembro (Parte I)

    Chegamos à metade do mês de Dezembro e, por isso, separei dez dos filmes aos quais assisti nesses quinze dias e os analisarei brevemente, com observações pontuais. Pretendo manter essa seção postando, sempre a cada quinze dias, textos como este. Bora lá...

10. Jogos Mortais - O Final (Saw 3D, 2010)


     O derradeiro (me engana, que eu gosto) capítulo da série infinita Jogos Mortais, dirigido (?) por Kevin Greutert, copia, sem tirar nem pôr, o que foi exibido desde o terceiro filme, só que muito, mas muito mesmo, pior (sim, cavaram um buraco ainda maior nesse poço). Dessa vez, ainda temos aquela primeira cena (tão boa, quanto ilógica) que nos engana,  já que nos leva a crer que a saga tinha encontrado um outro jeito de ser (com certeza, mais profícuo), o da auto-paródia assumida.   
Nota: 1/10





9. Drácula de Bram Stoker (Dracula, 1992)


    A adaptação do grande (mas, hoje, em pura decadência) Francis Ford Coppola para a história do Conde não deixou de decepcionar, mesmo com um elenco tão formidável, com Anthony Hopkins (ainda em boa fase), Gary Oldman (aqui, espetacular) e Winona Ryder. O diretor até tentou dar um toque pessoal, trazendo um visual interessante e intensificando a presença do amor (e do sexo) à obra. Mas não adiantou. O filme é fraco, com roteiro idem. Não empolga e não atrai.    Nota: 6/10







8. A Noite dos Mortos-Vivos (Night of the Living Dead, 1968)


    Toda a ideia do mestre do ''cinema-zumbi'' Romero nasce correta: um estudo do desespero humano, em meio à morte eminente caminhando junto aos mortos-vivos que cercam sua casa. Entretanto, as interpretações fracas afundam todo esse conceito, tornando o filme, muitas vezes, chato. A maquiagem, como sempre, é marcante e bem-feita, ainda mais pela época.
Nota: 6/10






7. Sobrenatural (Insidious, 2010)

    Do mesmo criador de Jogos Mortais (James Wan), o longa é um eficiente filme de terror, porém possui visíveis limitações. A história é a de um menino que entra em coma sem motivo biológico aparente. O motivo era espiritual, claro. O filme é bem dirigido e apresenta uma penca de sustos e momentos de tensão acima da média (principalmente mais para o final). O problema do filme está no roteiro, que intercala bons momentos (já citados) com outros simplesmente ''corta-clima'', até cômicos. Ou seja, você está todo tenso vendo o filme e, então, aparece uma cena simplesmente ridícula. Aí a tensão vai a zero.   Nota: 7/10




6. Árvore da Vida (The Tree of Life, 2011)

    O filme de Terrence Malick, ganhador da Palma de Ouro, mostra (na maior parte do tempo) a história de uma família cheia de problemas de relacionamento, o que, na verdade, é apenas uma parte de toda uma metáfora sobre vida, relação pai-filho e religião, entre outros temas. Essa mixagem de temas se dá de forma eficaz, com ajuda da brilhante Fotografia, nos brindando com algumas das melhores cenas do ano. Todavia, em alguns momentos, falta sutileza na direção de Malick, em outros, distanciamento.     Nota: 8/10




5. Enigma de Outro Mundo (The Thing, 1982)

    Mais um grande filme de John Carpenter, dessa vez, uma refilmagem da história de doze homens isolados numa estação de pesquisa na Antártida. Então, eles entram em contato com um organismo alienígena que assimila genuinamente a forma humana, depois de certo tempo de contato, transformando-se em uma cópia perfeita. Começa, então, um jogo de desconfianças para saber quem é o infectado. Magistralmente dirigido, com uma atuação surpreendente de Kurt Russell e um roteiro inspirado que trabalha bem a desconfiança, o egoísmo e as fraquezas humanas.           Nota: 8/10






4. Cinema Paradiso (Nuovo Cinema Paradiso, 1988)
   
    O clássico italiano de Giuseppe Tornatore, ganhador do Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira, conta a vida de Salvatore (e também dos moradores de sua cidade, por que não?) e seu envolvimento com o cinema, desde as entradas às escondidas na sala do projetor. Nos afeiçoamos ao filme logo no início, com a bela performance do pequeno Salvatore Cascio e, a partir daí, é pura emoção e amor à Sétima Arte. Filmaço.   Nota:8/10









3. O Gabinete do Dr. Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari, 1920)

    Junto de ''Nosferatu'', de Murnau, essa é a obra principal do Expressionismo Alemão no cinema. Dirigido por Robert Wiene, o longa impressiona pela força e vitalidade com que nos arrebata, mesmo depois de noventa anos de seu lançamento. O enredo é sobre um hipnotizador que chega à uma cidadezinha em meio à uma série de assassinatos que vinham ocorrendo por lá. O filme também é importante por apresentar um dos primeiro finais-surpresa da história. Belíssimo.   Nota: 8/10








2. Os 12 Macacos (Twelve Monkeys, 1995)

    O filme de Terry Gilliam é colossal. James Cole (Bruce Willis) é mandado de volta para o passado para colher informações sobre um vírus, lançado na Terra, que matou cinco bilhões de pessoas no planeta. Diversos problemas acontecem e surpresas e mais surpresas vão sendo reveladas pelo roteiro no decorrer do filme, até chegar em seu final, arrebatador. Roteiro brilhante, direção idem e uma atuação de Brad Pitt que lhe rendeu o Oscar para Ator Coadjuvante. Inteligente e obrigatório para os cinéfilos.    Nota: 8/10






1. Morangos Silvestres (Smultronstället, 1957)


    O filme do mestre Ingmar Bergman é uma análise sobre a vida, sobre o tempo que dedicamos a ela, sobre como usamos este tempo e sobre o valor empregado às coisas. Bergman conduz o filme com uma sensibilidade ímpar, mostrando maravilhosamente os devaneios e flashbacks de Isak Borg, um homem que sabe estar próximo à morte. O diretor disseca perfeitamente a memória humana: como guardamos uma lembrança vs. como ela realmente ocorreu. A qualidade da obra é provada quando desligamos o DVD e ficamos horas seguidas fazendo análises filosóficas e existenciais sobre nós mesmos. 
Nota: 9/10

3 comentários:

  1. Jogos Mortais - O Final é mesmo um dos piores da série. E é incrível como cada vez mais eles adicionam fatos, intercalando presnte e passado, deixando os fãs com uma sensação que é uma história planejada desde o começo e muito complexa. Sobrenatural tem um primeiro ato bom e tenso, depois cai em todos os clichés do gênero e ainda tem um final horrível. A Árvore da Vida é o melhor filme do ano e Malick é um gênio. Também não curti muito A Noite dos Mortos Vivos, mesmo sendo um clássico. E O Gabinete do Dr. Caligari é uma obra sensacional realmente. Procure Metrópolis, um dos últimos filmes feito durante o Impressionismo Alemão. Os outros ainda não vi. Abraços.

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  2. Jogos Mortais é o típico filme que quer que o espectador se ache inteligente. Mas, na verdade, o filme que é burro mesmo. O fim de Sobrenatural é péssimo, mas as cenas do além, quando ele está na total escuridão, são ótimas. Já falamos sobre Árvore da Vida. Não é o melhor do ano, mas tá lá para entrar na lista. Metrópolis está na minha lista, mas minha obsessão por ver tudo em DVD dificulta. Nunca o vi nas locadoras. E, quanto aos que não assistiu, procure urgentemente! Principalmente Morangos Silvestres!!

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  3. Ah, mas não veja o Drácula, não, haha.

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