quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Análise - As séries de Terror de 1970/80

   As décadas de 70 e (principalmente) de 80 ficaram marcadas, entre outros focos, pelos filmes de terror. Entre eles, alguns se destacaram e acabaram ganhando inúmeras sequências, prequel's, refilmagens... Aqui citarei cinco. Os que, na minha opinião, se tornaram os mais importantes e que até hoje muita gente conhece (mesmo quem não assistiu). Claro que ser conhecido do público, não quer dizer que o filme seja bom, mas significa alguma coisa, né?




5. Sexta-Feira 13 (Friday the 13th, 1980)




   Tá, você sabe quem é Jason, certo? O assassino da máscara de hockey. Bom, quanto a máscara, ela só apareceu na segunda sequência (no total foral nove, tirando a refilmagem de 2009 e a farofa ''Freddy vs. Jason''). 
   O longa, dirigido pelo desconhecido (até hoje) Sean S. Cunningham e produzido com um baixo orçamento, se baseia na história de um garoto que há muitos anos havia se afogado no acampamento Crystal Lake. E aí, quando alguns jovens retornam ao local, começam os assassinatos. 
   Mas não, ninguém sabe quem é o assassino logo de cara. O seu rosto nunca é filmado. Sim, temos um final-surpresa! (Pena que me contaram tudo antes de assistir ao filme) Entretanto, nem tudo são flores, as interpretações são fracas, o roteiro é furadíssimo e aqui, com certeza, aparecem os protagonistas mais idiotas e desprovidos de QI desde os primeiros experimentos dos irmãos Lumière, o que inspirou, e muito, outros filmes que vieram depois. Fraco e inexpressivo, o filme só vale por alguns momentos tensos, pela ótima maquiagem e pela trilha clássica.  Nota: 5/10




4. O Exorcista (The Exorcist, 1973)




   Esse aqui talvez seja o terror mais importante do período para muita gente. E eu coloco nesse bolo aí grande parte da crítica especializada. A história é a seguinte: Regan (Linda Blair), filha da atriz Chris MacNeil (Ellen Burstyn), começa a apresentar certos ''problemas psicológicos'' inexplicáveis para os médicos. A explicação para os tais problemas é simples: ela está possuída pelo demônio. Então, a mãe chama um padre especializado em exorcismos. 
   As interpretações, principalmente da pequena Linda, são o ponto alto do filme, trazendo uma qualidade raramente vista no gênero. E a trilha, bem, é um clássico. Mas onde o filme erra, para não estar em primeiro lugar? Bom, ele erra exatamente naquilo que o elevou a ''clássico''. 
   O filme se apóia demais em efeitos especiais, que na época podiam assustar (e de fato, poucos não vomitavam/abandonavam a sala de exibição), mas, hoje, estão absurdamente datados. A construção da tensão de Friedkin é eficaz, porém tudo se perde quando, por exemplo, a menina começa a cuspir vômito (aka sopa de ervilha) no padre ou desce toda contorcida pela escada, gritando. Um clássico envelhecido.    Nota: 6/10




3. A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street, 1984)




  ''One, two, Freddy's coming for you...''. O filme nos introduz a Freddy Krueger, um assassino que, depois de cometer diversos atentados contra crianças, é queimado vivo. Aí ele encontra outro meio de atormentar a sociedade: matando as pessoas em seus sonhos. 
   O filme marca a estreia de Johnny Depp no cinema, como o namorado de Nancy Thompson (Heather Langenkamp), protagonista do filme e principal alvo do maníaco. A obra de Wes Craven (da série ''Pânico'') é eficiente, equilibrando tensão e originalidade, graças ao roteiro do próprio diretor.
   Algumas mortes são absolutamente bem-feitas, mesmo com o orçamento baixíssimo (em um momento, o colchão colocado para amortecer uma queda de Nancy é visível), mostrando todo o talento de Craven. Os maiores problemas do filme se encontram no elenco, irregular, e no próprio roteiro, também irregular, variando de genial para precário em questão de minutos. ''Three, four, better lock your door...''.   Nota: 7/10


2. Alien, O Oitavo Passageiro (Alien, 1979)




   A série Alien atraiu minha atenção por um motivo externo à fama no gênero: seus diretores. Os quatro filmes sobre o tema tem nos créditos: no original, Ridley Scott (de ''Gladiador''); James Cameron (de ''Titanic'') no segundo; David Fincher (de ''Clube da Luta'') no seguinte; e no último, Jean-Pierre Jeunet (de ''O Fabuloso Destino de Amélie Poulain'').
   Claro que a série não manteve a qualidade, uma vez que os dois primeiros são infinitamente superiores aos últimos, porém é bom lembrar desses bons nomes que passaram por ela.
   O filme de Ridley Scott mostra uma nave comercial que, em meio à sua jornada de retorno à Terra, recebe um sinal sonoro de um planeta próximo. Alguns tripulantes descem para checar a área e acabam entrando em contato com um dos alienígenas, que é levado para dentro da nave. Nesse momento, a tensão do filme já era extrema e ela só se faz aumentar, com o passar do Alien de filhote a adulto, se tornando ainda mais mortífero. O roteiro dessa vez é realmente um dos pontos fortes do longa, apresentando grandes momentos e poucos problemas. Brilhante, clássico e intenso.    Nota: 8/10




1. Halloween - A Noite do Terror (Halloween, 1978)




   É claro que o mestre do terror setenta-oitentista ficaria no primeiro lugar. John Carpenter (de ''Enigma de Outro Mundo'') apresentou ao mundo todos os clichês (na época, ainda não o eram) que dominariam o gênero por longos anos e que inspirariam os slasher movies que apareceriam depois (o que, infelizmente, enfraquece a obra para o espectador atual).
   Michael Myers (Tony Moran) foge do manicômio onde estava desde criança, quando matou sua babá. É, o little Mike já era uma sombra do assassino em série que aterrorizaria Laurie Strode (Jamie Lee Curtis, na performance que a alçou ao sucesso) e seus amigos, em plena noite de Halloween. 
   O uso da câmera subjetiva é um dos maiores trunfos de Carpenter durante o filme. Ver uma morte do ponto de vista do assassino é espetacular! Isso aliado à trilha (sim, ela de novo, mas aqui mais épica do que nunca), atmosfera tensa, edição eficiente e à fotografia, com ângulo que deixam cada cena ainda mais aterrorizante; faz do longa o melhor e mais eficiente representante tanto dos slasher movies, quanto do Terror em si.
Nota: 8/10

Um comentário:

  1. É, realmente, uma boa análise de cada filme... Se voce assiste ao resto do pastelão dos filmes de horror (há uma enorme diferença entre terror e horror e alguns filmes, não são terror, e sim, horror), talvez a nota destes fosse maior, uma vez que o que conta é a história e claro, não há muita história no filme do Jason e do Freddy depois do primeiro, mas O exorcista, por exemplo... Talvez mereça a nota que teve, já que foi praticamente uma sátira ao livro que REALMENTE assusta, mas apenas pela atuação de Linda, mereceria uma nota maior...

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