sábado, 8 de fevereiro de 2014

Especial Oscar: Crítica - Meu Malvado Favorito 2



    As animações americanas vêm passando por um período complicado. Obras originais medíocres ("Reino Escondido", "Valente", "Turbo"...) e sequências sem qualquer inspiração ("Carros 2", "Gato de Botas"...). Aí, abaixo de tudo isso, nas profundezas da escória cinematográfica, aparecem "Meu Malvado Favorito" e este seu sucessor. Porque, claro, o que está ruim sempre pode piorar (e em 2014, com "Minions", a tragédia deve ser ainda maior).

    Se o primeiro longa falhava totalmente na tentativa de inverter os papéis e manter um vilão-protagonista (tal qual seu contemporâneo "Megamente"), aqui os aprendizes de roteiristas Ken Daurio e Cinco Paul falham miseravelmente em construir qualquer arremedo decente de história. Acho que não há prova maior do fracasso narrativo desta franquia do que a inexistência de relação das histórias de um filme com a do outro (na verdade nem mesmo no próprio longa se forma um todo coeso e amarrado).

    Bom, a proposta inicial do filme é que Gru, o vilão que virou heroi, é recrutado pela Liga Anti-Vilões para descobrir quem roubou a fórmula PX41. Pelo menos assumiram que foram incompetentes na criação de um anti-heroi e pegaram a easy road agora, né. A partir disso, o roteiro conjunto de frases em forma de script tenta criar algum mistério em torno da identidade do culpado. Pelo menos eu posso dizer que ri nessa parte do filme! Tá, involuntariamente, mas conta como riso, né?

    Em meio à isso, também há a tentativa de construir algum relacionamento entre Gru e sua parceira, Lucy Wilde. Tão sem sal quanto forçada. E enquanto isso, claro, temos os minions que, se decididamente salvavam a película original da catástrofe por trazer algum refresco de humor, agora se tornam apenas um prato requentado. Com muito mais tempo na tela, a sensação de déjà vu é incessante. Um verdadeiro arremedo de tudo que a comédia pastelão já fez pelo riso fácil, porém agora fazendo uso de carinhas amarelas fofas e loucas para serem vendidas nas lojas de brinquedos.

   Na verdade, o filme todo parece partir desse princípio. E também do de tentar fazer graça com tudo. Uma coisa meio "vamos imaginar várias cenas engraçadinhas, amarrar, colocar um fiapo de contexto e, pronto, olhem os milhões vindo". Muito que bem. Isso só mostra como está grave a situação das animações americanas - num ano em que a poderosa Pixar ficou sem indicados na categoria de animação do Oscar -.

   Mas vamos terminar este texto antes que minha pressão suba. Mas fiquem aqui com uma dica: querem assistir a algo muito fofo, muito lindo, muito encantador, uma animação excelente, daquelas infantis sem nos fazer de estúpidos? Vejam "Ernest e Célestine". Muitíssimo melhor e incrivelmente maravilhosa. 

Nota 3/10

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