quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Crítica - Sherlock (Segunda Temporada)


    Duas semanas após meu texto sobre a primeira temporada de Sherlock, vamos falar sobre a segunda. Seu primeiro episódio, "A Scandal in Belgravia", se inicia exatamente onde a temporada anterior terminou - não colocarei spoilers, mas garanto que ela terminou de forma muito tensa, ok? -. Só que, então, um banho de água fria. Toda aquela tensão se resolve rapidamente - em segundos - e o episódio se foca em um enredo totalmente inesperado. Uma surpresa muito bem-vinda, visto que este seria o melhor episódio da série até então.

    Nele, enfim, conhecemos Irene Adler (Lara Pulver), uma personagem tão interessante - e inteligente - quanto Holmes. O embate mental entre ela e o detetive sempre foi uma das coisas mais interessantes nos livros e na série não foi diferente. Pena que ela apenas apareça neste episódio durante a temporada - e ainda bem que retorna para a terceira temporada -.

    O filme seguinte da série se tratou nada mais, nada menos, do que de uma adaptação do talvez mais famoso livro de Sherlock Holmes, "The Hounds of Baskerville". Aqui, como não poderia deixar de ser, um ar de terror e suspense reina. É até interessante notar como os seus realizadores conseguiram realizar de forma tão natural a transição entre um primeiro episódio mais próximo do gênero "policial" para um segundo que se posiciona muito mais no "suspense". Entretanto, mais uma vez, há de se ressaltar que a série cai um degrau em seu segundo filme da temporada. Apesar de adaptar uma história tão famosa, o episódio não chega nem perto da qualidade do seu predecessor quanto à narrativa.

    E aí, então, o finale. É quase que indescritível o que aconteceu com meu coração neste episódio. Foi como entrar em estado de choque, trabalho de parto, êxtase, tudo junto. O aguardado embate final entre Holmes e Moriarty, num enredo construído nos mínimos detalhes, em crescente tensão. A humanização de Holmes, que foi trabalhada em toda a temporada, ganha contornos épicos, num episódio digno de aplausos. E um final que não há nem como descrever.

    Se, como aqui exposto, nesta nova sequência de filmes, "Sherlock" deu um salto em sua já excelente qualidade narrativa; todo o resto de sua produção também se comportou de forma semelhante. As interpretações estão sensacionais - com destaque para a dupla de protagonistas Benedict Cumberbatch e Martin Freeman, além, é claro, dos coadjuvantes como um todo. Destaques para Lara Pulver, Andrew Scott e Louise Brealey.

    Na parte técnica, a montagem ganha ainda mais traços modernos - como com os textos flutuantes na imagem -, o que amplia ainda mais a agilidade e fluidez da série. Direção de arte e fotografia também merecem elogios, principalmente pelo segundo episódio "The Hounds of Baskerville", em que a ambientação de terror e suspense chega a níveis cinematográficos de excelência (na verdade, dá de mil em 99% dos filmes por aí).

    Depois dessa temporada maravilhosa, só nos restou aguardar para descobrir de que forma os roteiristas amarrariam todas as pontas soltas deixadas por ela em seu final.

Nota 9/10

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