domingo, 18 de dezembro de 2011
Crítica - O Labirinto do Fauno
Guillermo del Toro é um diretor, no mínimo, diferente. Em sua filmografia constam adaptações medianas de HQ: os dois filmes sobre o anti-herói Hellboy e a segunda parte da trilogia sobre o caçador de vampiros Blade, entretanto seus filmes mais reconhecidos (e os melhores) remetem ao gênero do Terror, mesmo que não em sua completa essência. E isso também remete à enorme quantidade de filmes que ele apenas produz (no total, já foram quase trinta longas).
Desde o seu primeiro longa, ''Cronos'', em 1993, passando pelo bom ''A Espinha do Diabo'' até o mais recente ''O Labirinto do Fauno''; todos mesclam o Drama ao Terror. E, resumindo-me às duas últimas obras citadas, também mesclam a fantasia infantil e apresentam uma criança como personagem principal. No caso de ''O Labirinto do Fauno'', ela é Ofelia (Ivana Baquero), uma menina que se muda com sua mãe para o quartel de seu padrasto, o Capitão Vidal (Sergi López), um oficial fascista que busca exterminar os rebeldes daquela região.
A história se concentra em dois núcleos: o de Mercedes (Maribel Verdú), amiga de Ofelia, cozinheira do quartel e informante dos insurgentes, que luta para ajudá-los a derrotar os soldados do Capitão; e o da jovem garota, que descobre no jardim da mansão, um labirinto, que a leva ao encontro de um Fauno (Doug Jones), o qual lhe revela que ela é, na verdade, a princesa de um reino subterrâneo e que, para retornar lá, deve cumprir três missões.
O filme se encaixa mais num conto de fadas adulto, dado as situações tensas e seres horríveis aos quais Ofelia entra em contato; além de, claro, o horror da Guerra Civil. Os dois focos da película, por sinal, ficaram bem equilibrados na tela, sendo ambos bem desenvolvidos pelo roteiro, obtendo um saldo bastante positivo e sem algum se sobressair quanto ao outro.
Toda a parte técnica do filme é impecável: a direção de arte, oscarizada, é belíssima em cada detalhe; já a fotografia, também vencedora do Oscar, se encaixa perfeitamente com o tom sombrio e adulto, porém fantasioso, do filme; todavia o que mais chama a atenção é a maquiagem (uhu, Oscar de novo) que cria seres soberbos, quase reais, como o já citado Fauno e a criatura da ''sala de jantar'', de longe a mais surpreendente e tenebrosa de todo o filme.
As interpretações também são um brilho à parte: Ivana Baquero transpõe muito bem a delicadeza de Ofelia, já Maribel Verdú faz uma atuação segura e eficiente, enquanto Sergi López encontra o tom exato para interpretar o Capitão Vidal, tragicamente odioso. Outro ator importante é Doug Jones, com um trabalho físico ótimo em seu Fauno.
Todo o roteiro (também outro destaque na obra) se apóia na imaginação infantil, e na sua importância. E, além disso, faz um contraponto entre real e fantasioso, uma vez que Ofelia se sentia muito mais amedrontada na presença de seu padrasto do que ao lado do Fauno, mesmo o último tendo uma aparência bem menos ''agradável''. Um belo filme de Guillermo del Toro, que cresce cada vez mais como diretor, e que venha ''Pacific Rim'', em 2013. Nota: 8/10
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Eu já sabia que você não ia falar mal dele, mas já estava pronta pra te xingar se falasse! hahaha
ResponderExcluirUm dos meus favoritos. Como se ninguém soubesse o quanto eu amo esse Fauno <3
Del Toro ainda pe um diretor subestimado. Esse aqui é o seu melhor trabalho e um dos melhores filmes da década passada. Destaque para sua fotografia, maquiagem e direção de arte, que não por menos, ganharam o Oscar. Abraços.
ResponderExcluirNa verdade, eu acho que ele subestimado em termos... Já fez dois ótimos filmes, mas Hellboy nem é lá essas coisas. E, além do mais, sua filmografia é curta para um homem que está há tanto tempo na indústria. Tecnicamente, acho que ele precisa ''trabalhar'' mais. Uma pena que caiu fora de O Hobbit.
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