quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Balanço de Dezembro (Parte II)

    Acabou Dezembro, acabou o ano... E vim terminar o meu balanço quinzenal. Separei mais dez filmes entre os que eu assisti nessas duas semanas. 

10. Planeta dos Macacos: A Origem (Rise of the Planet of the Apes, 2011)
    
    O novo filme sobre a temática ''Planeta dos Macacos'', que teve seu primeiro longa em 1968, apresenta a origem para tudo o que ocorreu. A história é de Will Rodman (James Franco) que busca a cura para o Alzheimer, entretanto seus experimentos (realizados em símios), acabam criando macacos com cérebros super desenvolvidos. 
     Um deles, Caesar (Andy Serkis, espetacular), ao se sentir traído pelos homens, acaba gerando um sentimento de vingança geral em seus companheiros de espécie. O filme funciona bem como crítica (e cinema) quando está nas cenas no laboratório ou no cativeiro, porém é como a vacina criada por Will, no mundo real, perde (muita) força.  Nota: 7/10






9. O Lutador (The Wrestler, 2008)

    O longa do diretor Darren Aronofsky (de ''Cisne Negro'') se baseia na vida de Randy Robinson (Mickey Rourke), um lutador profissional próximo da aposentadoria e que já foi famoso no país todo, mas que agora mora num trailer alugado, vive de bicos num supermercado e sem contato com a filha. 
     O que separa o filme de um punhado de filmes do mesmo gênero é a boa direção de Aronofsky, a brilhante interpretação de Rourke e o toque de realidade que o filme tem durante toda a sua duração (incluindo o seu final, lindo).   Nota: 8/10










8. Reencontrando a Felicidade (Rabbit Hole, 2010)

    O filme, que possui esse péssimo título nacional, fala de um casal que tenta superar a tragédia da perda do filho. O longa retrata o luto, obviamente, o que não é exatamente um tema fácil e acerta no ponto. Nicole Kidman, como a mãe, está linda e excelente. Aaron Eckhart é o pai e está eficiente como sempre. 
     As emoções sentidas pelo público são puras e genuínas, em um filme que se teve uma concepção bela, teve também sua parte ''prática'' bem realizada.    Nota: 8/10










7. Os 39 Degraus (The 39 Steps, 1935)

    Entre os mais célebres da fase britânica do mestre Hitchcock, o filme narra a história de Richard Hannay (Robert Donat), que está de férias em Londres e conhece uma mulher misteriosa, a qual lhe envolve em uma trama que envolve um espião que pretende roubar um segredo da Inglaterra. Mesmo correndo perigo e sendo procurado pela polícia, ele parte em busca da solução do mistério, após a mulher ser assassinada. 
     O longa surpreende por fugir do óbvio em vários momentos (sim, isso em 1935) e a direção do tio Hitch é excelente, como sempre, gerando cenas de verdadeiro suspense e já mostrando traços de seu humor negro que protagonizaria alguns filmes seus nos anos seguintes.   Nota: 8/10









6. Cópia Fiel (Copie Conforme, 2010)

    A sinopse é simples: um escritor inglês (William Shimell), na Itália para divulgar seu novo livro, encontra uma mulher francesa (Juliette Binoche, excelente) e viaja com ela para San Gimignano. 
    Mas o que vinha por aí era bem maior e, se no começo do filme, cópia e peça original são colocadas em uma ótima discussão, tudo se transforma aos poucos (e lindamente) em uma complexa obra sobre a vida como ela é, como queremos que ela seja e como a vemos. E toda essa problemática foi muito bem guiada por Kiarostami.    Nota: 8/10










5. Rain Man (idem, 1988)

    Quando o pai de Charlie Babbitt (Tom Cruise, em uma boa atuação) morre, ele descobre que possui um irmão e que toda a fortuna do pai ficou com esse parente desconhecido. Ao ir encontrá-lo, em busca de parte do dinheiro, descobre que ele é autista e com o passar do tempo, vai aprendendo a conviver com ele e sobre a vida.
     A construção da relação entre os irmãos é belíssima, linda mesmo. Não há como não se afeiçoar à Raymond Babbit (Dustin Hoffman, impressionante), o irmão autista, ou à relação entre os dois. Tudo é construído lentamente, como se nós também estivéssemos aprendendo a conviver com aquilo. No fim, fica o deslumbre e a emoção com a relação, uma desnecessária parte em Las Vegas e um irretocável estudo familiar.   Nota: 8/10







4. Nosferatu (Nosferatu, eine Symphonie des Grauens, 1922)

    A obra, integrante do Expressionismo Alemão e dirigida por Murnau, se mostra uma adaptação acima da média para a adaptação da história de Bram Stoker, sobre o Conde Drácula e que todo mundo conhece.
    O contexto da obra parece se relacionar instantaneamente com o estilo expressionista, o que a exalta ainda mais. E, se ele sendo um filme de 1922 ainda consegue gerar um bom nível de tensão, aqui temos uma obra excelente, não? Os personagens com caracterização exagerada, tal qual o cenário, também são os pontos fortes do filme (e no que vemos a influência expressionista).   Nota: 8/10









3. Interlúdio (Notorious, 1946)

    Mais um filme de Alfred Hitchcock na lista.''Interlúdio'' se passa no Rio de Janeiro e conta a história de Alicia (Ingrid Bergman), que começa a trabalhar como espiã pelos EUA, após a prisão do pai, um espião alemão. Sua missão é prender um dos colegas do pai no Brasil e para isso, ela terá de se infiltrar na família do alvo, casando-se com ele. Entretanto, ela não esperava se apaixonar pelo seu companheiro de missão, Devlin (Cary Grant).
    Suspense magnífico de Hitchcock (especialmente certa cena numa escada) + a beleza e talento de Ingrid Bergman + Rio de Janeiro... Do que mais você precisa?   Nota: 9/10








2. Um Sonho de Liberdade (The Shawshank Redemption, 1994)


    Andy Dufresne (Tim Robbins) tem sua vida completamente mudada quando vai para a prisão, acusado de assassinar sua mulher. Em um ambiente totalmente particular e violento, ele se torna amigo de Red (Morgan Freeman) e tenta resistir à todas as dificuldades.
    O filme pode não ser exatamente genial e ousado em seu esqueleto, entretanto a construção, tanto do ambiente da cadeia, quanto da amizade dos dois homens, são absurdamente bem feitas. A emoção imposta pelo filme é crescente, porém não forçada, e não há como não manter uma relação estreita com todos os personagens. Possui passagens lindas e como retrato social, mesmo que maniqueísta, também surpreende. Destaque para as ótimas atuações.    Nota: 9/10







1. Luzes da Ribalta (Limelight, 1952)

    Dos últimos filmes de Charles Chaplin, esse aqui já serve tanto como auto-biografia, quanto como ilustração de uma realidade geral. Calvero (Chaplin) é um palhaço em forte decadência (qualquer semelhança com o diretor e ator, não é mera coincidência) e que se apaixona por Thereza (Claire Bloom), uma bailarina que tenta superar sua dor, após uma fracassada tentativa de suicídio.
    A relação com a realidade de Chaplin naquela época, já sem tanta fama, já emociona por si mesma. Entretanto, a história de superação da bailarina, e também do próprio palhaço, são muito bem dirigidas e se apresentam no ponto. Por suas qualidades, já é um grande filme, todavia, quando visto por alguém que cresceu assistindo a filmes de Chaplin, se torna um filme memorável, nostálgico e triste.    Nota: 10/10

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